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Mulheres cineastas, embora tenham destaque na realização das produções locais, têm chamado a atenção para o espaço reduzido na cena cultural. Segundo a diretora de arte e pesquisadora de cinema Maíra Carvalho, que tem entre os trabalhos o premiado “O último cine-drive-in, afirma que a minoria dos filmes é dirigido por mulheres. “76% dos filmes são feitos por homens brancos. Não temos mulheres negras dirigindo filmes… zero. Homens negros também. Se produzirmos uma média de 150 de filmes por ano, temos 2% por homens negros, por mulheres 20%, e o resto por homens brancos. Então não há dúvidas de que a maioria é composta por homens”, afirma.
A diretora destaca que homens exercem um papel maior e mais alto quando o assunto é produção cinematrográfica, o que acaba colocando em evidência a minoria feminina presente nessa área. Mesmo que homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades, a voz masculina ainda fala mais alto. “Tenho que levantar a voz para ser escutada. Percebo que ainda temos que dar mais trabalho, talento e esforço para conseguir o mesmo que um diretor homem.”, disse Maíra. Dessa forma, ela defende que a mulher precisa se impor cada vez mais para ser aceita e respeitada nesse meio.
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Tradição patriarcal
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Ela considera que festivais que exaltam e premiam a mulher são janelas importantes e fundamentais, mas preocupantes por ficarem presos apenas em nichos de mulheres, pois são mulheres falando para mulheres. O fundamental seria a inclusão de mulheres em festivais no geral, não apenas os femininos, como acontece no Femina. Mesmo que pareça um futuro distante, a representatividade da mulher pode aumentar em festivais universitários e eventos nacionais. Dácia Ibiapina acabou levando dois prêmios para casa, sendo um de melhor diretora e outro pelo curta Carneiro de Ouro.
“Como muitos filmes são feitos por homens, as histórias são contadas pelo olhar deles. Será que se esse filme fosse dirigido por uma mulher ele teria a mesma visão? O imaginário feminino que está sendo criado pelo cinema. Então, isso para mim é muito grave.”
Por Maria Eduarda Nóbrega e Thalita Dias
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira