“O movimento hip hop salvou minha vida”, garante Mc brasiliense

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A batalha de rima da estação, no Guará, com 10 anos de história, é onde Wellington Marcos, mais conhecido como Leone, de 22 anos, compartilha suas vivências através do rap.

 Assim como  grande maioria dos jovens e adultos que iniciam no movimento do rap, do hip hop e outros projetos culturais, Leone relata como esse movimento o tirou da possibilidade de entrar em realidades ruins do local onde morava. 

“O movimento hip hop, salvou a minha vida e continua salvando, pois sem as rimas, eu não sei o que seria de mim hoje, cresci numa cidade onde havia muita maldade, crimes,  onde as pessoas começavam a praticar o mal desde jovem, nesse caso o rap fez eu contrariar as estatísticas”.

O Mc relata que conheceu as batalhas no ano de 2016, mas só começou sua carreira em 2017 e que tudo aconteceu num momento bem delicado de sua vida, “quando eu não conseguia me encontrar no mundo, quando a maioria das coisas que eu vivia não fazia sentido pra mim” conta Leone.

Realidade da arte

Na cena do rap, as batalhas não percorrem somente o território brasiliense, mas inúmeros outros estados do Brasil, como São Paulo, onde grandes nomes do rap atual, iniciaram suas carreiras antes de serem conhecidos, como o brasiliense MC Sid, vencedor de diversas batalhas na capital, o cantor Xamã e Azzy, que além de cantora, hoje faz uma participação como atriz em Vai na fé, novela da Globo.

O rap torna-se não somente uma forma de diversão para quem assiste, mas também para quem rima, é uma forma de se expressar, desabafar, apresentar seu conhecimento, sua criatividade e conteúdo. Nesses eventos é despertado o interesse do público por participar além de acompanhar o evento.

Um ato político 

Como forma de auxílio para jovens marginalizados pela sociedade, o movimento do Hip Hop, da arte de rua, funciona como uma fuga da violência, da criminalidade e das drogas. Entretanto, a grande massa da sociedade brasileira que consome arte, não engloba manifestações artísticas, como as pertencentes a arte de rua.

O rap se apresenta como um ato político, o rapper Leone conta que além disso existe o preconceito não só por parte das pessoas como pelo sistema. 

“Nós que somos o hip hop, só queremos o nosso direito de se expressar da maneira que quisermos, a liberdade de expressão sem sofrer preconceito ou críticas desconstrutivas é o sonho de todo mc de batalha, mc de música, de dj, bboy-s , grafiteiros que pertencem a esse movimento maravilhoso, o sistema nunca irá calar a gente, somos revolucionários e se for preciso lutar, lutaremos até o fim, nem que custe a nossas vidas, e principalmente a minha!”.

Projetos

Assim como a grande maioria dos artistas independentes, os projetos ficam parados por um tempo, já que demandam de recursos financeiros. Leone não é só Mc, Wellington Marcos trabalha com vendas no SIA e faz curso técnico de secretariado, infelizmente não tem como viver só do rap, ele conta inclusive que esse é o sonho de todo mc, viver da sua arte, proporcionar uma vida boa pra si mesmo e pra sua família.

 O artista revela que tem projetos em andamento mas que devido às condições financeiras e a rotina, precisou focar em outras coisas, como o trabalho para poder se manter. Leone tem músicas no YouTube e Spotify e passa um recado para quem quer seguir nesse ramo:  “O rap é compromisso, insista, persista e não desista!”.

Por Fernanda Carvalho Diniz

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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