O evento que acontece anualmente no Templo Shin Budista Terra Pura toma conta dos finais de semana do mês de agosto, trazendo cultura, gastronomia e atividades coletivas.
Todos os sábados e domingos do mês de agosto, o Templo Budista Terra Pura, na Asa Sul, abre as portas para o Obon Matsuri, uma festa japonesa cheia de cultura, comidas típicas, músicas tradicionais e solidariedade, para celebrar tradição e reunir a comunidade de todo o Distrito Federal.

Obon Matsuri, festa essa que já era celebrada antes mesmo de 1970, esse ano ganhou o tema “O chamado do tambor”, que enfatiza a força simbólica dos tambores taiko como convite à união e celebração coletiva.
Com atrações como shows de taiko, performances de dança Kabuki e artes marciais, o evento ganha o coração da comunidade.
Para muita gente, o momento mais especial são as danças populares coletivas, como o Bon Odori, uma dança que remete ao trabalho dos mineradores japoneses, que convidam até quem nunca dançou a entrar na roda, se divertir e se apaixonar pela cultura japonesa.
Além disso, as oficinas gratuitas de Ikebana (arranjos florais), Shodô (caligrafia), Sumi-e (pintura) e Mangá (desenho japonês) são sempre muito concorridas, oferecendo uma experiência divertida e enriquecedora para todos que participam
O festival é celebrado todo mês de agosto, em razão de que no Japão é uma época de agradecimento pela fertilidade nas fazendas e honra aos ancestrais.
O evento acontece antes mesmo da construção do templo, em 1973, pelas famílias japonesas imigrantes como uma forma de conseguirem expressar sua religiosidade e arrecadar dinheiro.
Jéssica Carvalho, psicóloga de 31 anos, é a mestre de cerimônias do Obon Matsuri desde 2019, embora frequente o evento desde 2016.
Sua ligação com o templo vai além da apresentação no palco, sendo marcada por um carinho profundo e uma relação de longo prazo com a comunidade que mantém viva essa tradição.
Ela comenta que, com o crescimento do evento, a organização enfrenta o desafio de acomodar o público, que hoje ultrapassa os limites do templo, fazendo com que áreas públicas sejam cedidas para garantir que a festa mantenha sua grandiosidade e importância cultural.
Desafio
“Eu acho que um desafio sempre constante é o de se manter a par com o tamanho que o evento toma. Porque ao longo dos anos foi se tornando, assim, inconcebível não ter esse espaço aqui.”
Um dos grandes desafios do Obon Matsuri é conseguir voluntários para colaborar na organização do evento, especialmente na cozinha, que é o coração da festa e onde a demanda é maior que a oferta de mãos. Embora o trabalho voluntário seja uma tradição importante na cultura japonesa, mantendo a harmonia e o vínculo comunitário, é cada vez mais difícil conseguir compromissos regulares, mesmo com alimentação e descansos garantidos.
O Obon Matsuri, realizado anualmente em agosto, é muito mais que uma festa: é uma celebração que honra os ancestrais, celebra a fertilidade das plantações e mantém viva a história da comunidade japonesa local.
Por Catherine Machado Bastos e Maria Eduarda Medina
Foto: divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira