Orquestra brasiliense aposta em “clássicos” dos jogos digitais

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Todos com os instrumentos em mãos. A orquestra vai começar a tocar mais um clássico… dos games. Quem está na plateia pode lembrar dos controles, os joysticks dos jogos, mas descobre, por entre acordes e notas musicais, que os sons que vinham dos jogos eram também arte. A partir de uma ideia de um pequeno grupo de estudantes de música da Universidade de Brasília (UnB), surgiu o que hoje é a Orquestra VGMus.

Com a chegada das aulas de criação e desenvolvimento de jogos na universidade, veio a proposta dos músicos de contribuir para a composição de trilhas sonoras de videogames como um acréscimo à disciplina. Hoje, a orquestra trabalha com temas presentes em filmes, seriados e jogos digitais. Com uma estrutura com 40 músicos e um repertório amplo, a orquestra executa trilhas sonoras consagradas como Harry Potter, Star Wars e Super Mario Bros. Para o maestro da orquestra,  Felipe Ayala, a música, enquanto trilha sonora, reforça o sentimento de que se deseja passar na cena de um filme ou numa sequência de um vídeo game. O grupo faz apresentações periódicas. A próximo é nesta sexta-feira (23), na Caixa Cultural.

“Você encontra verdadeiras obras primas. Trilha sonora é arte”, Felipe Ayala.

Orquestra ensaia temas clássicos como Harry Potter e Star Wars para apresentação nesta sexta (23).

“As trilhas sonoras são as intenções do compositor e do criador dos jogos”, afirma Ayala. Para ele as músicas que compõem as trilhas são muito importantes para qualquer produção de vídeo, seja filme, jogos digitais ou outros. “Se um jogo não tiver nenhuma trilha sonora, talvez ele não traga a mesma emoção ao gamer”

Ayala também se lembra que essas composições direcionadas às trilhas sonoras tem a sua grandeza enquanto arte. Para o maestro, essas obras não perdem em nada nos elementos estéticos e composicionais, inclusive quando comparada com a música erudita. “Você encontra verdadeiras obras primas. Trilha sonora é arte”, afirma.

Confira entrevista com o maestro Felipe Ayala:

 

“As trilhas sonoras são tão importantes quanto a parte visual do jogo”, Fabrício Ofuji

O professor de sonoplastia em jogos digitais Fabrício Ofuji diz que as trilhas sonoras são tão importantes quanto a parte visual dos games. “Ela garante a ambientação do jogador e tudo que há no jogo. Ela é essencial porque o jogador cria uma identificação com o jogo. Ele sabe, por exemplo, quando está chegando em um chefão ou quando fica mais difícil só observando a trilha sonora. O tema também cria o clima da situação”. As grandes empresas, segundo ele, mantém equipes específicas que só trabalham na criação de sons para os jogos, fazendo, assim, com que isso se torne uma parte inevitável nos jogos.

“Um exemplo de um jogo dessas grandes empresas é o Grand Theft Auto (GTA), da empresa estadunidense Rockstar, que mantém uma programação de rádio toda vez que o personagem entra em um carro diferente”, pontuou. Ofuji cita o jogo “Final Fantasy” como um dos sucessos nesse ramo, visto que a mesma música acompanha o game desde quando ainda eram usado os cartuchos.“Hoje, você já tem essas músicas digitalizadas e, por marcarem tanto, são apresentadas até em orquestras”. Apesar de não estarem encaixados na categoria das trilhas sonoras, os efeitos especiais também contém sons que guiam o jogador. “Esses efeitos são essenciais para a sequência do game e mantém funções específicas na trama”, disse.

Orquestra interativa

Inspirados na orquestra Video Games Live, a VGMus propõe atividades dinâmicas com o seu público. Segundo o mestre de cerimônias do evento, Miron de Lelis, o avanço da tecnologia nos jogos aumenta a possibilidade de interatividade entre os jogadores. Sendo assim, os produtores usam um telão para se passar os jogos das trilhas sonoras tocadas pela orquestra que segue o ritmo de acordo com os acontecimentos dos jogos. “A gente pega as cenas dos jogos e faz um vídeo sincronizado com a música”, conta Miron.

Por Bruno Santa Rita e Gabriel Lima (texto, fotos e vídeo)

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