Conhecido como um dos pioneiros do heavy metal, Ozzy deixou um legado na história do rock

Ozzy Osbourne, uma das figuras mais emblemáticas da história do rock, faleceu na última terça-feira (22), aos 76 anos. A notícia foi anunciada pelos familiares três semanas após sua apresentação de despedida em Birmingham, sua cidade natal.
O festival “Back to the Beginning”, realizado em 5 de julho, foi um evento beneficente no estádio Villa Park, que reuniu grandes nomes do heavy metal para prestigiar o último show do Black Sabbath com sua formação original.
Nascido na cidade metalúrgica de Birmingham, no centro-oeste da Inglaterra, Ozzy construiu uma carreira que deixou um legado marcante no rock. Com sua voz poderosa e presença de palco inconfundível, o “Príncipe das Trevas” foi um dos pioneiros do heavy metal.
Black Sabbath
Ozzy Osbourne ficou mundialmente conhecido como vocalista do Black Sabbath, banda formada em Birmingham no final dos anos 60 e onde deu início a sua carreira. Ao lado de Geezer Butler (baixo), Tony Iommi (guitarra) e Bill Ward (bateria), foi um dos responsáveis pela origem do que se tornaria um dos principais gêneros musicais: o heavy metal.

O início de tudo veio com o lançamento do primeiro álbum, que leva o nome da banda. Black Sabbath foi lançado em fevereiro de 1970, curiosamente em uma sexta-feira 13, e de início, não agradou aos críticos da época devido ao som “sujo”, aos riffs pesados e às letras sombrias, elementos que eram novidade em uma indústria acostumada ao rock clássico.
Mas foi em setembro do mesmo ano que a banda marcou seu nome na história do rock com o lançamento do álbum Paranoid. Com duração de 41 minutos, faixas clássicas como War Pigs, Iron Man e Fairies Wear Boots, o álbum é considerado até hoje como uma das maiores produções da história do heavy metal.
Nos anos seguintes, a banda ainda lançou álbuns marcantes como Master of Reality (1971) e Sabbath Bloody Sabbath (1973). Com o passar do tempo surgiram conflitos internos, intensificados pelo abuso de drogas, e em 1979 Ozzy Osbourne foi demitido da banda e a partir daí deu início a sua carreira solo.
Início de uma nova era
Após a sua saída do Black Sabbath, Ozzy manteve sua relevância e expandiu ainda mais seu legado através de sua carreira solo. Com a parceria do aclamado guitarrista Randy Rhoads, lançou em setembro de 1980 o seu primeiro álbum-solo: Blizzard of Ozz.
A produção foi bem recebido pela crítica e público e Ozzy se consolidou como estrela global. Nos anos seguintes, lançou três discos de sucesso: Diary of a Madman (1981), Bark at the Moon (1983) e No More Tears (1991). Com um repertório repleto de clássicos, como Crazy Train, Mr Crowley e Mama, i’m coming home, o “Príncipe das Trevas” consolidava-se como um dos principais nomes do heavy metal e do hard rock nos anos 80.

Passando por períodos de reabilitação, onde se viu perdido no mundo das drogas, Ozzy se reinventou ao longo dos anos, chegando até mesmo a participar de um reality show chamado Os Osbournes, no qual os telespectadores acompanhavam sua vida doméstica.
Com shows marcantes, incluindo o Rock in Rio de 1985 e principalmente o show em Des Moines (EUA), onde protagonizou a cena clássica na qual mordeu a cabeça de um morcego vivo, Ozzy se tornou uma lenda da música e uma figura cultural que ultrapassa a barreira do heavy metal.
Legado
A importância de Ozzy vai muito além de seus trabalhos com o Black Sabbath e de sua carreira solo. Se na infância enfrentou uma vida marcada por obstáculos e dificuldades, hoje descansa com uma certeza: revolucionou a maneira de se fazer heavy metal.
Além de ter sido um dos fundadores do gênero, foi também o principal responsável por sua popularização ao redor do mundo, tornando-se referência para grandes bandas de metal nas décadas seguintes, como Metallica e Alice in Chains.
Com sua morte, a música perde um de seus maiores ícones. Mas suas composições, histórias e performance nos palcos permanecerão vivos. Ozzy Osbourne deixa um legado imensurável para o rock, influenciando gerações de artistas e consolidando-se como uma lenda eterna do heavy metal.
Por Rodrigo Fontão
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira