Professoras que atuam na periferia no DF testemunham como danças são terapêuticas

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Quem vê da plateia pode considerar que aqueles movimentos organizados e ritmados obedecem a um senso estético para ser apreciado e, ao final, aplaudido. Mas, no palco, para quem ensina balé e outras danças, o que há na ponta dos pés, no avançar das pernas e nos braços, no sorriso de quem se apresenta, há emoções intangíveis capazes de incluir, reduzir a timidez e até tratar depressão. Conforme testemunham as professoras e bailarinas brasilienses Suzane Bertoldo e Daniele Correa, nas periferias, a dança pode ter efeito revolucionário. 

“Temos vários depoimentos de crianças e jovens da periferia de quem venceu a timidez ou outros problemas graças à dança. É uma atividade terapêutica”, diz a professora Suzane Bertoldo.

Confira abaixo trecho de entrevista

 Ideais como esses fizeram, por exemplo, que a professora Suzane Bertoldo criasse, há 10 anos, a escola “Sala de Ensaio”, no Gama, em um antigo galpão do sogro, voltadas para alunos que não teriam recursos financeiros. Os interessados pagam apenas valores simbólicos e que são, em geral, divididos a perder de vista.

“Nós atraímos pessoas do Gama e Santa Maria que não teriam condições de arcar com custos”

É necessário ter mensalidade para pagar minimamente os professores e também pagar aluguel das instalações, incluindo água e luz.

Ela explica que tem apoiado também na aquisição dos materiais, como a sapatilha.

A professora Daniele Dias Corrêa acrescenta que existe uma distância, além da geográfica, entre os interesses dos alunos no Plano Piloto e das periferias, como ao sul do Distrito Federal. “Na periferia, há mais interesse por danças urbanas”.

Ela diz que é necessário combater estigmas de que as meninas devem começar pelo balé, e de que a dança estaria restrita a mulheres. “As meninas podem começar também pelo contemporâneo”. Ela diz que é preciso incentivar também que mais homens participem também para combater preconceitos.
Daniele, que dança desde os quatro anos de idade, também ficou inspirada pelo desejo de ensinar a partir de uma experiência em uma creche também na periferia.

Confira trecho de entrevista

  Ao rever as oportunidades que teve, resolver sonhar que poderia ajudar, com palavras, movimentos, atenção e empatia. Quando a música começa e vê mais crianças dançando, é que o sonho começa tudo de novo.

Por Milena Dias

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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