Um projeto chamado Centro Urbano vai oferecer aulas gratuitas de dança em Brasília a partir desta segunda (2 de maio) no Centro de Dança de Brasília para pessoas que nunca tiveram contato com a dança ou que já praticaram outras estéticas.
O evento foi idealizado pelo professor socioeducativo e dançarino Xico Bruno, de 34 anos, que atua como arte-educador no DF. Em entrevista à Agência Ceub, ele diz que sempre esteve envolvido em causas sociais e em levar a arte para pessoas de baixa renda e com dificuldade de acesso.
Foto: Carolina Antunes/Divulgação
O dançarino acaba de lançar o projeto que conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF).
O Centro Urbano visa acessibilizar a dança por meio de aulas gratuitas que acontecerão no Centro de Dança do DF, no coração de Brasília.
Dança para quem?
O público-alvo do projeto são pessoas que nunca tiveram contato com a dança ou que já praticaram outras estéticas a partir de 8 anos de idade para a turma infantil/juvenil e 14 anos para as demais turmas.
Nas oficinas, são trabalhados elementos técnicos da dança como: saltos, giros, trabalho de chão, equilíbrios, força, musicalidade e resistência. Além disso, conceitos como disciplina, dedicação e expressividade também serão abordados em sala de aula.
“É importante mostrar que a dança não é apenas um conjunto de passos, que seus elementos, bem como a improvisação, tornam possível o exercício do criar e conhecer a si próprio”, afirma o diretor.
O dançarino Xico Bruno integra o grupo. Foto: Rafael Desh/Divulgação
Inspirações
Em entrevista, Xico Bruno diz que seu primeiro contato com a dança foi há 17 anos justamente no Centro de Dança e ainda afirma por meio de seu perfil no instagram: “Gosto de pensar que estou devolvendo o que recebi lá em 2005”.
Ele relata que estudou em escola pública e que algumas vagas estão reservadas para alunos do ensino público. “A minha ideia foi montar uma equipe de profissionais com um currículo incrível para oferecerem aulas gratuitas, eu sei que atualmente não é barato investir na dança”, disse Bruno.
Além disso, Xico explica como surgiu o nome do projeto: “A expressão Centro Urbano traz a ideia de que a economia daquela região é movimentada. Ali ficam os ministérios, o Teatro Nacional e o Centro de Dança. E claro, para combinar com os estilos que estou oferecendo, que são das danças urbanas. Assim surgiu o Centro Urbano”.
Bem-estar
O diretor afirma que, trabalhando no sistema socioeducativo, percebe uma grande carência dos jovens de baixa renda em questões educacionais e culturais. Por isso, o principal objetivo das oficinas é acessibilizar não só a dança como também provocar o bem-estar físico, mental e social dos participantes por meio de trabalhos relacionados à disciplina, à interação com outras pessoas, ao autocontrole e ao autoconhecimento.
Lucas de Andrade, de 24 anos, um dos professores do projeto, diz que seu propósito é ajudar as pessoas através do movimento. Em entrevista ele afirma: “Estou muito ansioso pois esse é meu primeiro projeto inclusivo, espero muita energia e aprendizado de ambas as partes e quero fazer a diferença na vida dos alunos assim como eles fazem na minha”. Lucas também explica que a dança tem o poder de abrir novos caminhos na vida das pessoas e por isso a importância de eventos como o Centro Urbano.
Xico Bruno ainda ressalta a importância das pessoas se reconectarem de forma presencial. Com o advento da vacinação em massa, o professor diz sentir um pouco mais de segurança. E finaliza: “Mas no final das contas, o que importa pra mim é que as pessoas se divirtam. O foco do projeto não é o ensino técnico da dança, mas que as pessoas se divirtam, estimulem o corpo, façam novas amizades e percam um pouco da timidez”.
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