Sexualização da arte: professora diz que discursos fascistas barram contato com as expressões das minorias

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As artes estão na mira do discurso “fascista, machista e racista”, afirma a professora Julia Maass, pesquisadora em cinema e produtos audiovisuais. Ela explica que, de um lado, quem está no poder se sente ameaçado. De outro, estão as minorias que lutam por direitos iguais. E no meio disso, a arte continua como um símbolo de resistência e progresso.

“Eu acho que isso tem a ver com essa fase de resgate dos valores mais tradicionais. No discurso deles, essa questão da moralidade, de um ideal de moralidade, na verdade”, diz a pesquisadora em .

Ela contextualiza que o pudor atual existe, mas se difere do pudor que a sociedade tentou afastar no final do século passado. Esse momento de libertação e recepção às expressões artísticas sofre obstáculos sociais. Há uma rejeição ao natural. 

Uma preocupação em crescimento é que adultos constroem e se fixam em percepções que não acabam em si. A influência na educação formal e familiar vem barrando o contato com a arte, em particular daquelas que são produzidas por ou fazem referência a minorias. Mesmo que a arte esteja ligada em vários níveis de expressão da vida.

Foto por: Juliana Weizel

O íntimo

“O artista fala sobre o seu tempo e a cultura em que vive. E bota para fora aquilo que se relaciona em um espectro maior, no sentido da sociedade”, explica a professora. A necessidade de compartilhar o íntimo e as demonstrações de afeto não deve ser sexualizada. 

Com exceção de obras que possuem esse conceito como objetivo, em geral é a partir de uma interpretação da vida privada, do beijo, do amor e da intimidade que se opta por velar o tema.

Atualmente obras de temática queer estão dentro de um panorama mais próximo do tabu. É onde se encontra uma luta por espaço e reconhecimento, mas também uma objeção sociocultural. 

“É um lugar de ignorância, então precisa ter um ensino pesado e empático. Que compreenda que essas pessoas estão em pânico, de que o sistema de vida que elas acreditam está ameaçado por esse novo lugar. Mas a gente só quer ter os mesmos direitos.”

Por Juliana Weizel

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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