Temporada final de Brooklyn 99 chega à Netflix com críticas à violência policial nos EUA

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Temporada final de Brooklyn 99 chega à Netflix trazendo críticas à violência policial nos EUA


A oitava e última temporada de Brooklyn 99 chegou à Netflix no Brasil nesta terça-feira (20) estrelada por Andy Samberg, Andre Braugher e Melissa Fumero. O encerramento do programa traz mudanças significativas no enredo.

Após diversas acusações de “copaganda”, que é a propaganda pró-polícia, os criadores decidiram tratar em sua temporada final de assuntos como violência policial e racismo dentro do sistema de justiça americano após a morte de George Floyd em Minneapolis no início de 2020 que desencadeou protestos ao redor do mundo.

Assista o trailer: One Last Ride | Official Trailer | Brooklyn Nine-Nine

youtube.com/watch?v=faJAT35j5Ss


Por ser a despedida da série, a temporada é visivelmente recheada de easter eggs de momentos icônicos de episódios anteriores.O ponto alto é o final em si. Os últimos dois episódios, intitulados “The Last Day” (parte 1 e parte 2), encerram a série de maneira épica com um último Roubo de Halloween, tradição anual da série, e o retorno de diversos personagens antigos para uma última cena.

Equipe teve que enfrentar problemas para gravar durante a pandemia



Corrupção na NYPD
A personagem Rosa Díaz, de Stephanie Beatriz, foi nessa temporada a ferramenta que os roteiristas acharam para tratar da corrupção na NYPD (Departamento de Polícia de Nova Iorque). O arco de Rosa nessa temporada narra a indignação dela como mulher latina e bissexual com a violência e o preconceito dentro da polícia onde ela trabalha. Essa visão diferente traz ótimos diálogos com o protagonista Jake (Andy Samberg) sobre o papel individual dos funcionários da NYPD para combater injustiças no episódio 1, intitulado “The Good Ones”.
Rosa,

Pais de primeira viagem
Outro grande tema tratado na temporada é as dificuldades de Jake e Amy (Melissa Fumero) tentando balancear o trabalho com a criação de Mac, cujo nascimento foi o grande foco do final da última temporada.
O show adapta bem os sacrifícios que o casal tem que fazer para balancear os dois cargos e o episódio 4 (Balancing) mostra bem isso quando Jake caçar um serial killer e Amy prepara uma palestra enquanto precisam se revezar para cuidar do filho. O relacionamento dos dois é um dos pontos altos da série e por muito tempo os fãs esperavam ver a dinâmica dos dois como pais. Os dois atores continuam com um ótimo entrosamento nas cenas e o roteiro traz boa representação do trabalho exigido de pais de primeira viagem.

Novo vilão
O grande antagonista da temporada é Frank O’Sullivan, interpretado por John C. McGinley. O novo personagem é o presidente de uma fictícia União de Policiais e tem como principal objetivo livrar oficiais que sejam acusados de violência policial ou abuso de poder.
O’Sullivan é um vilão sem características positivas que tem como única função mostrar o lado corrupto da NYPD. Sua insistência de que o Capitão Holt (Andre Braugher) e seus funcionários são “anti-polícia” por buscarem justiça motiva boa parte dos conflitos dos episódios. Apesar de o personagem ser pouco desenvolvido além do estereótipo, ele serve como um bom gancho para os protagonistas participarem de situações onde possam tentar consertar falhas do departamento de polícia.

Poster oficial da última temporada



Críticas
Como esperado para uma série de humor que tente abordar temas como racismo e homofobia, muitos na internet criticaram a “lacração” introduzida ao falar dos protestos começados pelo movimento Black Lives Matter.
Apesar de a nova temporada realmente ter mais temas sérios do que as anteriores, o humor tradicional da série continua sendo o foco principal. Temas polêmicos não novidades para a série, que já abordou temas como racismo no episódio “Moo Moo”, da 4ª temporada, e homofobia em episódios como “Velha Guarda”, da temporada de estreia.
Por outro lado, muitos criticaram a série por continuar defendendo que os detetives do precinto 99 sejam todos heróis em um período onde boa parte da população se voltou contra a polícia. A série, porém, mostra as consequências do abuso de poder na polícia quando Jake comete um erro gravíssimo no episódio 6, “The Set Up” e precisa assumir a responsabilidade.
A temporada final da aclamada série de comédia, apesar de não ter a qualidade de humor que a série tinha em seu auge, trata muito bem de seus temas abordados e se despede de seus personagens de maneira excelente. Os episódios ressaltam as grandes mudanças que os personagens passaram desde a abertura da série e isso é nítido no último discurso do Capitão Holt para Jake, que faz referências claras ao primeiro episódio e como a dinâmica entre os dois se desenvolveu de uma inimizade para uma relação de pai e filho. O final é emocionante para aqueles que acompanham o programa há anos e deixa o telespectador com vontade de assistir novamente do início.



Elenco: Andy Samberg, Andre Braugher, Melissa Fumero, Stephanie Beatriz, Joe Lo Truglio, Terry Crews, Joel McKinnon Miller e Dirk Blocker

Roteiro: David Phillips, Dewayne Perkins, Neil Campbell, Marcy Jarreau, Carol Kolb, April Quioh, Evan Susser, Van Robichaux, Lamar Woods, Jeff Topolski, Jess Dweck, Nick Perdue, Paul Welsh, Madeline Walter, Stelhanie A. Ritter, Beau Rawlins, Luke del Tredici, Audrey E. Goodman e Dan Goor

Direção: Cortney Carrillo, Kevin Bray, Claire Scanlon, Daniella Eisman, Gail Mancuso, Maggie Carey, Thembi Banks, Beth McCarthy Miller e Linda Mendoza

Origem: Estados Unidos

Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos

Gênero: Comédia Policial

Distribuição: Netflix e Warner Channel

Por Henrique Sucena
Fotos e trailer: Divulgação

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