Tico Santa Cruz: tecnologias de divulgação alteraram cenário do rock

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Os canais musicais de televisão como MTV e Multishow já não são mais os caminhos que entregam grande visibilidade aos artistas. Plataformas digitais como deezer, spotify, youtube e itunes são as novas formas de fazer rock, segundo o vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz. “O aparato mudou. Hoje em dia, temos os veículos alternativos como internet, youtube, spotify. Essas são as novas formas de fazer rock”, diz o cantor da banda que completa 20 anos em 2017.

Confira entrevista com Tico Santa Cruz:

A maior quantidade de informação contida na internet é pouco aprofundada pelos leitores, segundo o músico, isso é um grande problema não só no âmbito cultural, como também no âmbito político, pois gera uma defasagem no acesso à informação correta ou completa de algum assunto.

A velocidade com que a internet e a sociedade atual transitam entre os conteúdos culturais elimina algumas possibilidades de divulgação. Segundo o cantor, hoje os conteúdos musicais são consumidos de forma muito rápida e o público jovem escuta, em média, 30 segundos de cada música antes de alternar a canção.

Isso gera uma nova forma de divulgação com lançamentos de músicas separadamente de forma mais periódica (singles), encurtamento do tempo de duração das músicas e CDs com menos faixas. Para ele, trabalhamos com o “sucesso momentâneo” e a música, como  qualquer outro produto, tem que ser consumida rapidamente devida a grande disponibilidade de informações. “Isso é o Darwinismo digital”, afirmou.

Ele também sugere como dica aos que procuram fama como artistas o fomento de um público que o sustente por meio das novas mídias e usar a linguagem  própria. Dessa forma, é possível um alcance mais objetivo ao público pretendido.

A nova cena do rock

“O rock hoje voltou para o underground”, afirmou Tico quanto à nova cena do rock autoral do Brasil. Segundo ele, não há mais espaços em rádio e TV, há apenas os meios de divulgação alternativos. A solução seria ter um movimento consistente do rock fora do país (onde também há uma crise no rock) que se estendesse até o Brasil. “Com isso, eu acredito que as novas bandas poderão disfrutar do que eu disfrutei no início dos anos 2000”.

Quanto à capital do rock, o artista afirma que  a cidade ainda é um local que “respira muito o rock” e lembra que Brasília é um lugar muito diferente dentro do Brasil com várias influências. “Hoje em dia, a gente tem um cenário que tem Brasília como um dos pilares da cena com grandes bandas de rock”, declarou.

Por Bruno Santa Rita

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