Sex Education: 3ª temporada marca início de um novo ciclo

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Na última sexta-feira (17), estreou a terceira temporada da série Sex Education. Desde seu lançamento, em 2019, a série de comédia dramática adolescente é um sucesso absoluto na plataforma de streaming Netflix. Criada por Laurie Nunn, produzida por Jon Jennings e estrelada por Asa Butterfield (Otis), ela aborda, de maneira leve, temáticas pouco discutidas, como educação sexual. 

Otis e Maeve / Reprodução: Netflix

Com um salto no tempo após o final da segunda temporada, os alunos retornam à Moordale Secondary, agora com uma nova diretora, Hope (Jemima Kirke), destinada ao cargo para retirar o estigma de “escola do sexo” que o colégio ganhou no ano anterior. Com isso, os alunos têm que se adaptar às novas regras, como o uso de uniformes e controle da aparência (proibição de piercings, cabelos coloridos, entre outros). Nesse novo ambiente, os estudantes devem lidar com dinâmicas de repressão e falta de individualidade. 

As novas regras da escola contrastam com os conflitos dos personagens, a cor cinza dos uniformes e cenários, substituindo o colorido habitual da série, representa a maneira como eles se sentem apagados. Nesse sentido, um dos maiores questionamentos dessa temporada continua sendo o ensino da educação sexual, que passa a ser prejudicado na instituição, recomendando a abstinência. Como efeito disso, alguns estudantes procuram informações sobre sexualidade fora do colégio. Desta forma, a série segue alertando sobre os perigos da desinformação a respeito do assunto entre os jovens.

Jackson, Cal e Viv/ Reprodução: Netflix

Alguns dos elementos mais fortes dessa temporada são o desenvolvimento dos personagens secundários e a introdução de novos personagens. Um exemplo disso é a apresentação de Cal (Dua Saleh), uma pessoa não binária, parte do espectro LGBTQIA+ que ainda não havia sido representada na série. A conexão que Cal faz com Jackson (Kedar Williams-Stirling) e os desentendimentos com Hope trazem uma perspectiva diferente para a trama sobre as questões de identidade. 

Nessa nova fase, os roteiristas exploram a totalidade dos personagens, se aprofundando em suas histórias, como Ruby (Mimi Keene) e Lily (Tanya Reynolds), que passam a ser melhor desenvolvidas. O contexto familiar de Ruby é trazido à tona, um pai doente e uma mãe trabalhadora revelam mais do que a menina bonita e popular que conhecíamos antes. Por sua vez, Lily passa por um conflito com a sua individualidade e insegurança em relação aos seus gostos, sendo vítima de julgamentos.

Adam/ Reprodução: Netflix

O maior destaque da temporada é o crescimento do personagem Adam (Connor Swindells), que enfrenta questões de aceitação de sua sexualidade e reconhecimento da própria personalidade. Assim como seu pai, Michael (Alistair Petrie), que também passa por mudanças e evolui no autoconhecimento, descobrindo seus gostos e aptidões. Vale a pena citar o desenvolvimento do relacionamento entre Adam e Eric (Ncuti Gatwa), mostrando um novo aspecto de cada um.

Em contrapartida, os protagonistas Otis e Maeve (Emma Mackey) continuam lidando com algumas das mesmas questões vistas nas duas primeiras temporadas: problemas familiares e emocionais. De certo modo, todos os personagens passam por amadurecimento, seja a partir de novos ou antigos receios. 

De forma geral, a terceira temporada não decepciona e deve fazer tanto sucesso quanto as duas primeiras. Assim como nas anteriores, discussões importantes acerca de gênero, sexualidade e a necessidade de diálogo são abordadas com maestria. Dessa vez, o ponto de vista de cada personagem é trazido com mais clareza, reforçando que na história não existem mocinhos ou vilões, o foco está na representatividade e identidade de cada um.

Eric e Otis/ Reprodução: Netflix

Ficha técnica

Elenco principal: Asa Butterfield, Ncuti Gatwa, Emma Mackey, Gillian Anderson, Connor Swindells, Aimee Lou Wood, Kedar Williams-Stirling

Criadora: Laurie Nunn

Produtor: Jon Jennings

Diretor: Ben Taylor

Origem: Reino Unido

Emissora original: Netflix

Classificação etária: Não recomendado para menores de 16 anos

Por Maria Paula Meira e Maria Tereza Castro
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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