7/9 – Marcha dos Excluídos reclama de perseguição a movimentos sociais

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Marcha ocupou a Esplanada após o fim do desfile cívico. Fotos: Lucas Valença

Enquanto militares e civis desfilavam no 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, a Marcha dos Excluídos,composta por manifestantes de diversos segmentos sociais se organizou a partir do Museu Nacional, para exigir direitos de cidadania e reclamar de perseguição a movimentos sociais. Estavam presentes movimentos LGBT, MLT( movimento da luta pela terra), UNE( União Nacional dos Estudantes), Comissão da verdade da escravidão negra, dentre outros. Os movimentos eram, predominantemente, contra a posse do novo Presidente da República, Michel Temer.

 

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O agricultor e membro da coordenação nacional do movimento de luta pela terra dos povos das águas, floresta, campo e da cidade, Tatiano Tavares, 41 anos, afirma que o MLT sofre com a pouca valorização da agricultura familiar e a “invasão” de sementes trangênicas, que seria motivada pela falta de políticas públicas para a agroecologia. Segundo o agricultor, o uso dessas sementes gera uma deficiência na alimentação brasileira, em geral. Tavares afirma que o governo anterior deu início ao estudo de políticas públicas para a agroecologia e para a agricultura familiar que não foram concretizadas e acredita que o governo atual não irá investir nesse tópico devido ao corte de gastos. “O problema que a gente passa é comum no Brasil: A desvalorização da agricultura familiar.”, cita o membro do MLT. Tatiano é a favor de novas eleições diretas para o cargo de Presidente da República e questiona as instituições governamentais do país.

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Segundo a jornalista Patrícia Cunegundes, defensora da bandeira LGBT e membro do grupo Mães pela Diversidade, os novos encarregados dos cargos chave de direitos humanos são pessoas conservadoras e contrárias à causas já garantidas aos LGBT. “Embora o governo anterior não tenha avançado muito na nossa causa, esse governo pode nos atrasar devido a falta de diálogo que eles tem com a gente”, afirma a manifestante. A ativista acredita que o projeto de “Escola Sem Partido”, por exemplo, pode influenciar uma maior perseguição a membros de comunidades LGBTs nas escolas devido à falta de debate e esclarecimento de gêneros. A luta principal do movimento é criminalizar a LGBTfobia.

 

Também na manifestação, o fisioterapeuta Veni de Morais, de 28 anos, é militante da causa LGBT desde 2003. Ele conta que foi para a rua para se manifestar em prol dos direitos civis conquistados nos últimos anos. Para ele, infelizmente o governo do PT, por causa de suas alianças, “pisaram” em sua militância. No entanto, ele critica a forma que o PMDB chegou à presidência. “A fala do governo do PT, não é uma fala retrógrada contra os direitos sociais. Mas quando Michel Temer assumiu o poder, o conservadorismo também foi junto. Isso é prejudicial a todos nós”, lamenta. Para o militante, a criminalização da homofobia e da LGBTfobia, precisa ser regulamentado. “Estamos lutando pelos direitos dos trânssexuais, das lésbicas, dos travestís. Sempre lutei pelas causas LGBT e nunca fugi da luta. Nós vamos continuar”, esclarece.
Aos 73 anos de idade, a musicista aposentada Ana Amélia diz que considera estar presenciando o segundo rompimento democrático. O primeiro, ocasionado por militares em 1964, agora, pelos parlamentares do Congresso Nacional. “Roubaram meu voto, e eu quero ele de volta. A democracia com isso, morreu. Fui do tempo da Ditadura e eu não quero que isso volte”. Segundo a pianista, o governo do presidente Michel Temer usurpou o poder para implementar uma agenda contrária aos interesses do país. “Tiraram uma mulher honesta da presidência. Já os outros que estão no poder, além de estarem na Lava Jato, não se mantém nem nos ministérios”.

Por Lucas Valença e Bruno Santa Rita

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