“A Verdadeira Dor” utiliza da comédia para refletir sobre o sofrimento

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O filme “A Verdadeira Dor”, que traz olhar diferente para o sofrimento, marca a estreia de Jesse Eisenberg como diretor e traz o próprio ator no papel principal.

Assista ao trailer

Lançado nos Estados Unidos em 18 de Outubro de 2024, o longa fez grande sucesso e garantiu duas indicações ao Oscar para melhor roteiro original e de melhor ator coadjuvante para Kieran Culkin (Succession).

Imagem: Divulgação

Visita ao passado

O filme acompanha a história dos primos David (Jesse Eisenberg) e Benji (Kieran Culkin)  que, após a morte de sua avó, se reúnem em uma excursão pela Polônia para homenageá-la e conhecer a casa onde passou sua infância.

A história que Eisenberg nos apresenta muito mais do que seu enredo.

Com seu estilo de filmagem maduro para um estreante, ele consegue equilibrar o humor e tensão familiar com uma verdadeira homenagem aos povos judeus que perderam suas famílias e casas durante o holocausto.

Desta forma, assim como os personagens, o telespectador realmente se sente em uma excursão pela Polônia, principalmente pela forma em que a direção de maneira criativa consegue aplicar uma história silenciosa com os cenários que se passam, ao mesmo tempo em que vemos o desenrolar do enredo principal.

Os primos apresentam personalidades completamente opostas.

Enquanto David é mais reservado e trabalhador, Benji possui uma personalidade mais carismática, porém nunca conseguiu construir uma vida como seu primo.

Essa dinâmica entre os personagens causa tanto o humor quanto o drama do longa.

A atuação de ambos coopera com a intenção de mostrar uma família conflituosa e o telespectador consegue imaginar situações da própria família espelhadas na tela.

Os personagens mostram que existe uma verdadeira afeição um pelo outro, mesmo que sua relação não seja tão boa quanto aparenta.

Ainda que trate de um assunto delicado, a escolha de fazer desse filme uma comédia, em nenhum momento tira ou diminui o impacto dramático do longa, e ,vale ressaltar que também, em nenhum momento utiliza desta comédia para faltar com respeito ao povo Judeu.

O personagem de Kieran Culkin ofusca o de Jesse Eisenberg, que, apesar de admirar a forte personalidade do primo longe dos holofotes, também sente pena da pessoa que ele realmente é por trás do carisma.

O brilho que Eisenberg concede a Culkin em seu longa lhe rendeu, merecidamente, a indicação de Melhor Ator Coadjuvante.

Em diversos momentos, sua presença é tão marcante que ele parece até assumir o protagonismo do filme.

Mesmo com uma estrutura de roteiro que causa uma impressão de que já foi vista antes, o decorrer do filme faz o telespectador perceber que todo o desfecho clássico para esta estrutura vai sendo completamente quebrado e surpreende até o final, algo que ressalta a indicação de melhor roteiro original.

Pode-se observar que assim como teve uma direção madura, Eisenberg ainda surpreende com um roteiro com diversas quebras de expectativas e desenrolares bem pensados, algo que mostra um grande futuro para o ator atrás das telas.

É necessário ressaltar a importância e a simbologia que a trilha sonora do longa traz.

Trilha

Marcado por um piano calmo e melancólico que aparece em momentos onde os personagens ou os cenários estão em momentos de verdadeira dor que precisa ser amenizada ou então abafada.

E esta é a função em que este piano se apresenta.

Entre todas as histórias sutilmente contadas neste longa, a dor silenciosa, o sofrimento escondido é a verdadeira história que Eisenberg quer contar para seu telespectador. Escondida em diversos momentos, esta dor vai transparecendo até transbordar ao longo do filme. A conclusão que ele escolhe dar para esta dor é a maior quebra de expectativa em seu roteiro e a mais realista também.

Ficha Técnica
Título Original: A Real Pain
Direção: Jesse Eisenberg
Roteiro: Jesse Eisenberg
Elenco: Jesse Eisenberg, Kieran Culkin
Gênero: Comédia, Drama
Duração: 1h30
Classificação Indicativa: 16 anos

Por Caio Aquino

O repórter assistiu à pré-estreia do filme a convite da Espaço/z

Fotos e trailer: Divulgação

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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