Após 14 meses de pandemia, processos de adoção precisam ser adaptados

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Os processos de acolhimento de crianças e adolescentes não foram interrompidos pela pandemia, porém menos adoções se concretizaram em 2020 se comparadas ao ano de 2019: 65 contra 71, de acordo com dados da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal (VIJ/DF).

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Em compensação, mais processos de inscrição ao acolhimento foram abertos, totalizando 200 pedidos, superior à média de 110 famílias inscritas em anos anteriores. Isso quer dizer que mais famílias se dispuseram a realizar os cursos e exames necessários para adoção de forma online.

Assim como os processos de trabalho, todas as etapas do processo de habilitação para candidatos agora são realizadas de forma online. Se do ponto de vista jurídico pouca coisa mudou, duas grandes mudanças aconteceram: os processos ficaram mais lentos, e todo o tratamento das instituições com as crianças, assim como o estágio de convivência com as famílias, precisou se adequar às diretrizes recomendadas pelo Ministério público, pelo Conselho Nacional de Justiça, e pela Secretaria de Desenvolvimento Social.

Aconchego

Essas são algumas das principais diferenças que Júlia Salvagni, psicóloga e vice-diretora da instituição Aconchego apontou em relação ao período pré-pandemia. A instituição atua como grupo de apoio à adoção que realiza consultorias com adultos e crianças, visando reintegrá-las às suas famílias originais, ou se não for possível, ampliar o convívio familiar de crianças em medida protetiva de acolhimento.

“Antes, recebíamos a notícia de um bebê cadastrado, e marcávamos um estudo junto à vara. Depois nos reuníamos com os pais e apresentávamos o bebê presencialmente, para que eles aprovassem o início do processo e assim visitas diárias do bebê à casa dos pais aconteceriam. Agora, a apresentação é online, e depois colocamos os pais em convivência com o bebê, tomando os cuidados necessários”, exemplifica Julia.

Outras mudanças impostas pelas diretrizes incluem não poder contar com voluntários nem com visitas aos abrigos. Júlia ainda comenta que é mais difícil controlar o fluxo de adolescentes do que crianças, portanto períodos de quarentena são necessários para evitar um contágio generalizado.

 

Foto: ONG Aconchego

 

Sensibilização

É importante que durante a estadia da criança na casa dos candidatos à nova família, haja também a sensibilização com os cuidados que a criança deve receber tanto em casa quanto ao voltar para o abrigo. Essa atenção com a saúde da criança e das instituições, assim como o carinho e afeto que a criança receberá pode influenciar se esta irá aceitar e se sentir confortável em sua nova família.

Foto: CNJ

 

 

Por Vinícius Pinelli

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

 

 

 

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