O longo período de estiagem no Distrito Federal é um problema também para os animais domésticos, como cães e gatos. Profissionais especialistas destacam que se torna necessária uma atenção especial dos tutores para reduzir o sofrimento dos bichos.
De acordo com o médico veterinário Lucas Edel, professor e pesquisador do Ceub, é importante evitar locais com alta exposição ao sol e ao calor. Entre os sintomas que podem surgir, estão os olhos secos e a letargia.
Ele explica que existem, também, suplementos de hidratação oral que contêm eletrólitos, sódio, potássio, entre outros, indicados para pets desidratados.
Além disso, há géis e águas saborizantes disponíveis no mercado para incentivar a ingestão de água. No entanto, é importante que esses produtos sejam usados com moderação para que o animal não dependa exclusivamente deles, considerando também o custo.
O ideal, segundo o veterinário, é buscar alternativas para incentivar o consumo regular de água e utilizar as suplementações apenas em situações específicas.

Complicações
Durante os dias quentes, os animais podem sofrer com problemas respiratórios e estresse térmico. Para amenizar essa situação, outro veterinário, Bruno Alvarenga, também do Ceub, indica ações para proteger cães e gatos, como brincadeiras com água, utilizar fontes de circulação de ar, aumentar a ingestão de alimentos úmidos, manter potes de água acessíveis e criar picolés caseiros feitos de frutas e carnes.
O especialista também recomenda disponibilizar áreas sombreadas e, sempre que possível, usar umidificadores de ar ou panos úmidos no ambiente.
Além disso, Lucas Edel indica que é de suma importância os pets tomarem uma quantidade média ideal de 40 a 60 ml (de água)/kg (do pet)/dia (para as espécies).
“Para incentivar que os pets tomem água é importante trocar a água com maior frequência durante o dia, oferecer água gelada, especialmente para gatos que preferem, e evitar deixar o recipiente de água próximo ao local onde o pet faz suas necessidades”, diz Lucas Edel.
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Outra dica para a busca de refrescar os pets, a tosa é uma opção válida, porém, deve ser realizada com cuidado. Isso ocorre porque algumas raças com pelos longos (como Chiuaua, Dalmata, Lhasa Apso e Vira-latas sem raça definida), já desenvolveram adaptações ao clima quente e a retirada excessiva dos pelos pode afetar seus mecanismos naturais de regulação térmica.
Bruno Alvarenga ressalta que, em alguns casos, a remoção dos pelos pode causar um estresse significativo nos animais.

Desidratação
Quanto a respeito da influencia da dieta do pet em sua hidratação Lucas Edel diz:que a ração seca pode levar a uma maior desidratação se o animal não ingerir água adequadamente. “O mesmo pode ocorrer com a alimentação natural que utiliza ingredientes com pouca água, principalmente se o animal também tiver alguma restrição quanto à ingestão de líquidos.”
Quanto aos passeios diários, o especialista aconselha evitar sair nos momentos mais quentes do dia, entre as 11h e as 16h, é o horário de maior exposição solar.
“A exposição prolongada ao calor pode resultar em queimaduras nas almofadas das patas dos cães devido ao contato com superfícies quentes, além de levar a crises de hipertermia, especialmente em raças braquicefálicas, como Pug e Bulldog”.
Os profissionais alertam que, se o animal de estimação apresentar sintomas de mal-estar durante um passeio, como prostração, dificuldade respiratória ou vermelhidão intensa nas mucosas, ou se demonstrar problemas respiratórios em casa, deve-se buscar imediatamente atendimento veterinário.
Por João Pedro Carvalho
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira