O nadador brasiliense Lucas de Amorim da Silva, de 27 anos, morador de Santa Maria (DF), soma mais de 30 medalhas em competições regionais e nacionais. Ele, que é cadeirante, sonha em conquistar ainda mais.
Lucas Amorim | Foto: Arquivo Assessoria Nauru DF
Ele compete na classe S7, destinada a nadadores com limitações físico-motoras. Sua deficiência é causada por uma mielomeningocele, má-formação congênita da coluna que afeta o movimento das pernas e pés.
“Eu nado só com os braços. A perna, especialmente o pé, não mexe. Isso atrapalha um pouco na água, mas a gente aprende a contornar”, explica o atleta.
Lucas começou a nadar ainda na infância, não como atleta, mas por recomendação terapêutica. Anos depois, foi incentivado a entrar no esporte competitivo por seu professor Léo, no Centro Olímpico de Santa Maria.
“Ele falou: ‘Você não vai ficar nessa moleza mais, não. Agora vai treinar e competir.’ Aí eu topei o desafio”, relembra. A partir daí, foi encaminhado ao treinador Marcus Lima, do Nauru DF — vinculado à Associação Brasiliense de Acolhimento e Responsabilidade Social (Abrasrs) —, equipe pela qual representa o Distrito Federal em campeonatos de alto rendimento.
Atualmente, Lucas mantém uma rotina intensa de treinos, com sessões às terças, quartas, quintas e sábados, divididas entre a Universidade de Brasília (UnB) e o Centro Olímpico de Santa Maria.
Já participou de provas em cidades como Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo, e agora se prepara com entusiasmo para o Campeonato Cearense de Paranatação 2025, que será realizado em novembro, em Fortaleza (CE).
Especialista nos estilos peito e crawl, Lucas tem como principal prova os 100 metros peito, onde já alcançou seu melhor tempo: 1 minuto e 30 segundos. Mesmo fora da categoria escolar — onde há mais competições disponíveis — ele segue firme no circuito aberto, em busca de novos recordes pessoais e, quem sabe, novas bolsas esportivas.
Renda
Fora das piscinas, Lucas também empreende: atua na venda online de calçados. Já iniciou uma graduação em Empreendedorismo, mas pausou os estudos por desmotivação. Ainda assim, mantém o desejo de retomar futuramente. “É difícil, né? Mas a gente tenta de novo”, diz, com o mesmo espírito com que encara os desafios do esporte.
Mesmo diante das dificuldades do dia a dia, ele não pensa em parar. Com foco, disciplina e uma paixão genuína pela natação, Lucas traduz o que há de mais inspirador no esporte brasileiro: força, propósito e transformação.
Por Isadora Carmona
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
