“Para muitos, aquele presente entregue será o único que a criança irá ganhar no Natal”, afirma a coordenadora da campanha.
Laura, Milena, Sofia, Ísis e Ágata são meninas de diferentes regiões do Brasil entre 6 e 7 anos. em comum todas enviaram um pedido de presente para o Papai Noel no Polo Norte. Mas os presentes não são enviados do Polo Norte e não há somente o Papai, como também a Mamãe Noel.
Pâmella Patrície Castro é advogada e Mamãe Noel há 7 anos. Ela realiza o sonho de várias crianças, desde carrinho de controle remoto a material escolar. Pâmella conta que para as crianças, que às vezes não tem nada, com um pouquinho já ficam felizes.
“Eu comecei a fazer a doação para deixar acesa a esperança no coração das crianças de que existem pessoas boas nesse mundo”, diz.
Pâmella,31, conta também que em um dos anos de doação se deparou com o pedido de um peru de natal, vindo de uma criança que passava por privação alimentar, e não tinha o que comer. “Ele queria um peru, até desenhou e falou que essa era a vontade dele para que na noite de Natal ele, a mãe e o irmão pudessem comer uma carne, isso me comoveu demais”, relata.
Já para Camilla Carrijo, jornalista, será o primeiro ano como Mamãe Noel. Há três anos, quando ainda era estagiária, ela decidiu adotar uma carta quando estivesse trabalhando, e com uma situação financeira melhor.
Camilla relata que sente como se o seu trabalho valesse a pena, levando alegria não somente para seu mundo, mas também para o de outras pessoas. “Sei que é uma ação mínima, e que o que eu queria era fazer muito mais, mas acredito que momentos de alegria renovam esperança. E a esperança pode mudar a vida de alguém”, conta.
As cartas podem ser adquiridas por pessoas físicas, os chamados Super Padrinhos, ou pessoa jurídica, Padrinhos Corporativos. De acordo com Maria Elena Fráguas, coordenadora da campanha, são realizadas entregas festivas de padrinhos corporativos, nessas festividades são oferecidos lanches, brincadeiras e a presença do Papai Noel, ela diz que nesse momento a emoção toma conta de todos, e a alegria deles em receber o presente é sem igual.
Neste ano em Brasília, a campanha já começou com 6,5 mil cartinhas de estudantes da rede pública, cujo os presentes serão entregues antes do recesso do final de ano. A quase 60 km da capital, a campanha do Papai Noel dos Correios foi inspiração para a professora Hangelli Siqueira, quando trabalhava em uma creche em Planaltina de Goiás no ano de 2017.
“Eu tinha medo das cartas serem extraviadas ou não chegarem a tempo para as pessoas e para as crianças, considerando a distância e dificuldade de chegar até a creche”, conta Hangelli, que pode ser classificada como uma espécie de ajudante das Mamães e Papais Noel. Então teve a iniciativa de, no lugar de enviar as cartas para os correios, ela mesma enviar vídeos das crianças com suas cartas pelo WhatsApp para todos os contatos, e pedir as doações. Depois, ela contava a história de cada criança para os padrinhos e, segundo ela, eles ficaram muito comovidos.
“Como as crianças viviam o mundo imaginário do Papai Noel, eu não queria que essa magia acabasse frustrando as crianças. Então, pensei em buscar ajuda de uma maneira que deixasse as crianças felizes e acreditasse que era o presente do Papai Noel”, diz.
Arquivo pessoal Hangelli
Hangelli relata que é muito gratificante poder envolver pessoas que não estão próximas, mas ajudam essas crianças, e uma satisfação imensa em contribuir com a felicidade dos pequenos. “ Tive vários padrinhos que moram em outros Estados que não tinham como mandar presente, mas mandavam o dinheiro e pediam para eu comprar. Eu ia nas lojas, comprava os brinquedos e mandava fotos para o doador”, detalha.
De carrinho de controle remoto a cadernos escolares. Os desejos das crianças são variados. Maria Elena conta que a cada ano consegue perceber uma tendência nos pedidos. Esse ano, por exemplo, devido a Copa do Mundo, houveram muitos pedidos de bolas, chuteiras, e camisas da seleção brasileira.“Alguns, inclusive, não pedem bens materiais, pedem saúde para familiares, emprego para os pais, a cura da Covid 19… Enfim, os pedidos são muito diversificados”, conta a coordenadora da campanha.
A ação é válida até o dia 16 de dezembro e recebe cartas escritas por crianças de escola pública, ou em situação de vulnerabilidade social. A campanha visa incentivar o aprendizado da escrita e estimular o desenvolvimento cognitivo das crianças. Além de fazer o natal delas mais feliz com um presente desejado.
Para contribuir com a campanha, basta acessar o site, na aba “Adoção on-line” selecione sua Unidade Federativa e região da cidade que deseja doar, escolha a cartinha desejada, e em seguida, clique em “adotar”. Na aba Pontos de adoção/ Entrega de presentes, estão disponíveis os lugares de entrega dos presentes de cada região. Basta consultar e entregar o presente, o envio é gratuito e feito pelos correios.
Por Maria Luiza Castro
Supervisão de Vivaldo de Sousa