O campeonato Sul Americano de vôlei para surdos está marcado para o período de 10 a 17 de novembro, na cidade de Canoas (RS). Na última semana, o campeonato brasileiro, tanto na modalidade masculina como feminina, em Brasília, fez a seleção de atletas. O grupo ainda será divulgado.
O evento, feito para decidir o campeão nacional, vai indicar também os atletas para a Bolsa Atleta. O torneio ocorreu no Centro de Capacitação Física (Cecaf). O torneio contou com times de sete estados, DF, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, e São Paulo. Com as modalidades feminina e masculina.
No feminino participaram equipes do DF, Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. As paranaenses saíram com o troféu, a equipe de São Paulo com o vice e as meninas de Brasília com o terceiro lugar.
No masculino, foram as equipes do DF, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. São Paulo levou a melhor, Rio Grande do Sul em segundo, e Santa Catarina ficou com a medalha de bronze.
Regras
Durante as partidas, os atletas não podem usar os aparelhos auditivos e os pontos são sinalizados de forma visual, com o árbitro apontando a bandeira para o time que marca o ponto.
Além da seleção dos atletas, o campeonato também tem outro objetivo. “A causa aqui é para incluir o surdo no mundo dos esportes porque tem muito mais apoio para as outras deficiências e tão pouco para os surdos. A deficiência auditiva é invisível porque a pessoa só não tem audição, mas tem perna e braço, então acaba sendo deixado de lado”, afirma a diretora administrativa da Federação Brasiliense Desportiva de Surdo (FBDS) Joyce Moraes, de 26 anos.
Ela explica que a visibilidade para a comunidade é essencial. “A importância, para nós, é a visibilidade para a participação de novos atletas. Incentivá-los a participarem, principalmente as crianças surdas, porque se não tiver nenhuma visibilidade, como vão saber que tem esporte para eles? Se tiver visibilidade, o surdo vai saber que existe espaço para jogar, e que tem capacidade.” ressalta a presidente da FBDS, Sabrina Santana.
Os surdos não participam da Paralimpíada, Um campeonato com 17 modalidades, na qual a seleção brasileira participa de todas. As Surdolimpíadas acontecerão em Tóquio, Japão, no final do ano que vem.
“O único recurso que a gente tem são as taxas de inscrições de eventos, doações e emendas. Esse evento em específico, o Campeonato Brasileiro de Vôlei, aconteceu por meio da emenda da Senadora Leila. Todo ano a gente solicita, mas uma Emenda que venha um recurso, mas um recurso ou auxílio que venha direto não tem. Então todo ano é uma busca nova, a CBDS é essa luta diária”, diz Gisele Nascimento, assessora da presidência da CDBS.
Sancionado, somente no ano passado, pelo presidente Lula, o surdoatleta agora tem direito de receber o bolsa atleta. Antes, apenas atletas olímpicos e paralímpicos tinham direito de receber o benefício. Competindo nas modalidades de deficientes auditivos, a bolsa pode variar de R$ 370 a R$ 15 mil, dependendo da colocação.
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Por Paulo Mac Culloch
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
