Pesquisador em inteligência artificial, Rufo Paganini disse, na Campus Party, neste final de semana, que as ferramentas de inteligência artificial já transformaram o cotidiano das pessoas e tendem a ganhar ainda mais espaço nos próximos anos.
Entusiasta das IAs há mais de 15 anos, Paganini destacou que as ferramentas podem trazer à sociedade boas notícias para educação e projetos sociais.

Rufo Paganini / Crédito: Cecília Péres
Aprendizagem 30% mais eficiente
Segundo o World Economic Forum, o uso das Inteligências Artificiais no ensino tem potencial para melhorar a aprendizagem em até 30%.
Paganini citou o projeto “Sala do Futuro”, que busca transformar a educação por meio de ferramentas capazes de personalizar o conteúdo conforme o ritmo, os interesses e as dificuldades de cada estudante.
Plataformas de tutoria virtual, feedback automatizado e adaptação de trilhas de ensino são exemplos que permitem que os estudantes avancem com mais autonomia e que educadores tenham mais recursos para acompanhar o progresso individual.
Produtividade pessoal até 40% maior
De acordo com estudo da McKinsey, a adoção de IA pode elevar a produtividade pessoal em até 40%.
Ao automatizar tarefas repetitivas, sintetizar informações complexas, gerar conteúdos iniciais e até propor soluções criativas, essas ferramentas liberam tempo para atividades estratégicas e reduzem a sobrecarga operacional.
2,5 horas a mais no seu dia
A Harvard Business Review aponta que o uso de IA pode poupar, em média, 2,5 horas por dia. O ganho desse tempo contribui para uma melhor qualidade de vida com mais espaço para aprendizado, criatividade ou descanso.
Projetos sociais com até 30 vezes mais impacto
A MIT Technology Review identificou que projetos sociais desenvolvidos com o auxílio de IA podem gerar até 30 vezes mais impacto nas pessoas.
Isso porque as tecnologias permitem a análise de grandes volumes de dados, previsão de cenários, mapeamento de áreas vulneráveis e a otimização do uso de recursos.
Lapidação de ideias
Para além dos números, Paganini enfatizou o papel da IA no processo criativo. Ao interagir com modelos de linguagem, por exemplo, é possível enxugar textos, eliminar repetições, testar diferentes abordagens e gerar títulos ou resumos mais impactantes.
Rufo explica que essa “lapidação de ideias” não substitui a criatividade humana, ela potencializa.
“A IA pode mudar o mundo, mas são as pessoas que dão sentido a essa mudança”, diz Paganini
Mais do que estatísticas, a fala de Paganini propõe uma reflexão ética e estratégica: o diferencial das Inteligências Artificiais não está apenas na tecnologia em si, mas em como escolhemos usá-la.
Por Cecília Péres
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira