Após o assassinato da universitária Louise Ribeiro, a titular da delegacia da mulher, Ana Cristina Santiago, voltou a estimular que existam mais denúncias sobre ameaças. Segundo ela entende, o feminicídio faz parte de uma cadeia de acontecimentos que podem evoluir a partir de demonstrações de assédio, ciúmes, perseguição e ameaças.
De acordo com o Mapa da Violência divulgado no ano passado (referente a dados de 2013), dos 4.762 homicídios de mulheres, 50,3% foram cometidos por familiares. O detalhe importante: 33,2% desses crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. A cada sete casos de feminicídios, quatro foram praticados por pessoas que tiveram ou tinham relações de afeto com a mulher.
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“Depois de fazer um boletim de ocorrência a mulher deve assinar um documento manifestando o desejo de prosseguir com o inquérito criminal. Após essa etapa, o caso se torna um inquérito policial e a delegacia se encarregará de buscar as provas necessárias para confirmar a agressão”, explicou. Ana Cristina Santiago explica que, durante o processo de denúncia, a mulher pode optar por uma “casa abrigo” onde a mulher fica em sigilo, assegurando que o agressor não saiba onde ela se encontra.
Diante de uma ameaça, como ocorrido no caso da Louise, a delegada disse que o primeiro passo seria o de denunciar. “Por isso é importante a mulher ir para a delegacia diante de qualquer agressão. A mulher pode não perceber a seriedade dessa situação. A delegacia a ajudaria a perceber isso”. A delegada apontou que o machismo tolera o fato de um homem possuir um ciúme muito forte por uma mulher ou ser muito controlador. Segundo a delegada, diante do caso da Louise, agentes de atendimento à mulher também buscariam aconselhar as mulheres em situação de risco para que jamais encontre ou fale com o agressor desacompanhada. A delegacia da mulher tem sede na quadra 204, da Asa Sul, e também atende pelo telefone 3207-6172.
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Por Arthur Menescal
Foto: USP Imagens / Fotos Públicas


