Assim como nas temporadas anteriores, a parte 5 de Cobra Kai, que estreou dia 9, continua a repetir a fórmula de sucesso, buscando atingir um público nostálgico e ser um show de comédia bem humorado, lembrando as produções audiovisuais dos anos 80, que já é característica principal da série.
A trama volta, buscando desenvolver o arco criado no final da 4ª temporada. O novo Cobra Kai de Terry Silver ( Thomas Ian Griffith) está em seu auge, abrindo filiais em todo o Vale de São Fernando, atraindo seguidores com propagandas modernas e inspiradoras, apostando na ideia de que o personagem é um milionário filantropo, que busca ajudar e encaminhar os jovens do Vale com os ensinamentos do “método do punho”.
Também, vemos que Daniel (Ralph Macchio) levou seu ex-rival Chozen (Yuji Okumoto), de “Karate Kid 3”, para morar com sua família e ajudá-lo contra a expansão de Terry Silver, o que dificulta a princípio a dinâmica familiar dos Larusso. Amanda Larusso (Courtney Henggeler) se mantém contra a qualquer continuidade da rivalidade entre os dojos Miyagi- do e Eagle Fang contra o Cobra Kai.
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Mudança de cenário
De forma caricata, como o resto do elenco série, Miguel (Xolo Maridueña), chega ao México e parte em busca do seu pai biológico. Sua estadia por lá não ocorre como esperado, ao ser recebido por um clima escaldante, bares suspeitos e pessoas perigosas. Johnny (William Zabka) e Robbie (Tanner Buchanan), partem numa road trip em busca de Miguel e estreitam seus laços de pai e filho.
Toda a situação no México é pouco aprofundada, e suas soluções rápidas e inusitadas pouco interferem na continuidade da série. Mas a mudança de cenário procura oferecer uma leve fuga da trama principal, que se expandirá no resto dos episódios.
Ação
As cenas de ação a princípio começam mais espaçadas, mas a partir da metade dos episódios passam a ser mais frequentes, mesmo que sem um motivo necessário para que elas aconteçam. Continuam, bem coreografadas e divertidas de assistir, e é cada vez mais evidente que cada personagem possui seu estilo próprio de luta e como seus dramas pessoais afetam seu desempenho e refletem em suas visões de vida ou escolha de caminhos a seguir.
A série repete dramas mal resolvidos em temporadas anteriores, para que então seus personagens tenham um desenvolvimento mais assertivo e suas características sejam mais humanas, procurando uma identificação direta com o público.
Cobra Kai acerta em desenvolver uma narrativa que faz com que o telespectador entre numa grande espiral de dualidade de pensamento acerca do caráter de cada personagem. Terry Silver se mostra um vilão mais arrojado, com recursos mais engenhosos de conquista e manipulação, o que torna sua ameaça um desafio muito maior do que os vistos nas temporadas anteriores.
Novamente, parecem enfatizar como o “ser um Cobra Kai ” é um sinônimo negativo, e apelam o uso da expressão para caracterizar alguém quando fazem algo ruim. Alcançar uma transformação de padrões ruins desenvoltos pelo “método do punho” do Cobra Kai, encoraja a mudança positiva dos protagonistas, que constantemente acham que estão dentro de uma grande disputa entre o lado bom e o lado ruim, pautando assim todos os seus relacionamentos e atitudes de acordo com suas crenças.
Grande destaque a dinâmica entre os dois personagens principais do universo, Daniel Larusso e Johnny Lawrence, que divertem com sua “amizade” disfuncional, e dramas pautados em suas divergências e vida adulta.
Já o elenco jovem continua pouco explorado, e suas histórias continuam sendo desenvolvidas a partir de dramas criados nas partes antecedentes, tornando o contexto extremamente repetitivo e em alguns momentos, cansativo.
A temporada termina com um sentimento de incertezas, preparando o terreno para o futuro.
Por Geovanna Mendes
Foto: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira