De projeto de gravação de série à camisa autografada do CR7: conheça projetos esportivos e sociais no DF

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Mesmo com o impacto da pandemia, os projetos sociais  no Distrito Federal mostram que é possível se manter nesse momento de tantas incertezas.   Alessandro Gomes, mais conhecido como Seco, e Farion Lima são dois exemplos disso. O que tem em comum entre eles é a vontade de ajudar a comunidade à sua volta. Os dois possuem projetos sociais em região administrativas com áreas de periferia e, mesmo com as barreiras da pandemia, conseguiram vencer as dificuldades.

Esporte na Estrutural

Com três anos de vida, o Instituto Ajax (@institutoajax no Instagram) tem como ideia principal ajudar crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social com a  inclusão por meio do esporte,  educação e  cultura. Com nome inspirado no time holandês Ajax, Seco explica que a inspiração veio de uma camiseta e da mitologia. “Na verdade a ideia era que fosse do Barcelona na época do Ronaldo Fenômeno. Aí não tinha a camisa do Barcelona, mas tinha a do Ajax. Quando eu olhei a camisa, foi paixão à primeira vista”.

Após pesquisar um pouco mais sobre o time, descobriu que significa o nome de um guerreiro da mitologia grega que vencia todas as batalhas. O instituto tem como esporte de base o futsal. Além de atividades para os meninos do instituto, o Ajax também possui outras atividades tanto para eles quanto para a família dos garotos, como: boxe, treino funcional, aulas de teatro, de espanhol, atendimento psicológico, entre outras atividades. 

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O menino que virou professor

Entre tantas histórias que se passam diariamente no Instituto Ajax, Alessandro “Seco”  cita a história de Luquinha, um dos atuais professores de futsal do projeto. O menino chegou ao projeto aos 11 anos, com histórico familiar bastante conturbado, sem a presença do pai. A mãe tinha dependência do álcool e o irmão tinha sido preso. A família morava em um barraco de madeira em situação financeira bem precária. Porém, o menino conseguiu virar o jogo. Hoje, aos 22 anos, é professor contratado do Instituto Ajax. Agora, o projeto tenta o colocar numa faculdade de educação física. O garoto que tinha tudo para seguir um caminho errado, hoje é referência em sua comunidade.

Seco relata que, no começo da pandemia, a situação do projeto foi complicada pela incerteza da continuidade.  Mas a situação se alterou. “As pessoas começaram a aparecer e tivemos doações de cestas básicas, que ajudaram muito a quem dependia do projeto. A gente conseguiu levar a pandemia na guerra, mas na guerra que saímos vencedores”. Atualmente, aos poucos as atividades do instituto estão voltando com todas as medidas de segurança. “O Ajax tem projetos ambiciosos para o futuro”.  O projeto pretende fazer uma série gravada, viajar com os meninos para competições com institutos parceiros no Rio de Janeiro. Foi fechada uma parceria com o Capital-DF para poder levar seus talentos para um clube profissional.

O Shalke da Samambaia e Entorno

 O professor de educação física Farion Lima, fundador e coordenador do projeto, nascido em Ceilândia, chegou à cidade de Samambaia aos sete anos de idade e foi criado por lá. Apaixonado por sua comunidade, resolveu fundar o Shalke 12 (@shalkexii no Instagram) em 2008, inspirado no time alemão Schalke 04. Ele “abrasileirou” o nome e o número 12 corresponde ao número da cidade satélite de Samambaia. Após quatro anos perambulando pela região, em 2012 conseguiram se estabelecer num campo de grama sintética na quadra 311 de Samambaia Sul.

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Com 13 anos de existência, o projeto conta com atividades ligadas ao futebol e  atende crianças e jovens de regiões próximas, como Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas e Valparaíso. Segundo Farion, ele acredita que conseguiu tirar das ruas mais de mil garotos e garotas com seu instituto.

  Em toda data especial, o Shalke normalmente faz eventos para presentear os meninos e meninas do projeto e suas famílias. Uma dia especial foi quando o projeto recebeu o valor de R$ 7 mil no leilão de uma camisa autografada por Cristiano Ronaldo. Um colaborador do projeto, tinha um amigo que estava fazendo uma especialização médica em Portugal e, justamente, no clube do Porto quando a seleção portuguesa treinava por lá.

O médico conseguiu o autógrafo do craque e chegando em Brasília, resolveu leiloar e doar o valor para alguma instituição e na hora seu amigo indicou o Shalke, que foi o escolhido e recebeu o valor arrecadado. Farion disse que comprou todo valor em bolas de futebol e que elas só foram acabar por agora.

A chegada da pandemia atrapalhou o projeto do Shalke, que utiliza espaços públicos para desenvolver suas atividades. Com isso, os treinos foram paralisados, mas o trabalho de ajuda a comunidade não. A instituição ajudou com cestas básicas e gás de cozinha a população carente que dependia do Shalke 12. Atualmente, o projeto voltou com todos os protocolos, apesar das dificuldades das crianças e jovens se conscientizarem em relação às medidas de segurança. 

Por Jorge Agle
Fotos: Divulgação

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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