Doação de medula óssea completa 30 anos no Brasil; saiba como se cadastrar

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Mais de duas mil pessoas aguardam por um doador de medula óssea. A chance de compatibilidade entre pessoas sem parentesco é considerada baixíssima: em média, 1 a cada 100 mil. No entanto, o Brasil tem estimulado a campanha de gerar um registro de doadores para aumentar a chance de salvar vidas.

No dia 20 de setembro de 1995, o Brasil realizou o primeiro transplante de medula óssea entre pessoas sem parentesco.

A doadora Suely Waltson ajudou a salvar a vida da menina Aline Cristina Favoretto, então com 11 anos de idade. Três décadas depois, o marco ainda inspira campanhas e reforça a importância da doação voluntária. Esse gesto de solidariedade mudou a história da medicina no Brasil.

Registro

Esse avanço trouxe novas perspectivas para quem espera por um transplante.

Criado em 1993 com poucos voluntários, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) hoje reúne quase seis milhões de doadores cadastrados. O número coloca o Brasil como o terceiro maior registro do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Alemanha.

Rápido crescimento

Foto: Hemocentro de Brasília/ Ministério da Saúde

“Cada pessoa pode ser uma voz poderosa nessa campanha. Os relatos tocam corações, inspiram e incentivam gestos que salvam vidas: o cadastro como doador e a atualização constante dos dados cadastrais”, afirma a hematologista Danielli Oliveira, coordenadora do Registro nacional de doadores de medula óssea (Redome).

História que abriu caminho

Mesmo diante das baixas chances de compatibilidade, naquele caso, Suely se cadastrou no então recém-criado Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Pouco depois, descobriu-se compatível com Aline, que lutava contra uma doença grave.

O transplante foi um sucesso e mudou o destino da menina. Hoje adulta, Aline leva uma vida saudável e simboliza a esperança que um gesto de doação pode trazer. O caso também abriu caminho para que o Brasil entrasse no mapa mundial dos transplantes e inspirou milhares de pessoas a se cadastrarem como doadoras.

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A história de Suely e Aline segue viva três décadas depois. Mais que um feito médico, o primeiro transplante de medula entre não aparentados no Brasil mostrou que solidariedade pode vencer estatísticas e transformar destinos. Cada novo cadastro mantém essa corrente ativa e abre espaço para que mais capítulos de esperança sejam escritos.

Data eternizada

O aniversário dos 30 anos do primeiro transplante de medula entre não aparentados coincide com o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, celebrado em 20 de setembro em mais de 60 países. A data homenageia quem já se cadastrou e lembra da importância de manter os dados atualizados, já que cada novo contato pode ser a chance de salvar uma vida.

Para marcar a ocasião, o Redome lançou uma história em quadrinhos que retrata Suely e Aline como super-heroínas. A mensagem é simples: todo voluntário também pode ser um herói, capaz de mudar o futuro de alguém com um único gesto.

Por Mateus Péres
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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