Em acampamento no DF, indígenas usam camisas de clubes que acompanham pela TV

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Com camisas de clubes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco e Palmeiras, indígenas no Acampamento Terra Livre (ATL), a maior assembleia dos povos originários do Brasil, também estão unidos pela paixão pelo futebol. Eles conheceram e acompanham os times pela TV.

O corintiano Marck Eike, de 43 anos, da etnia Kuikuro, do Alto Xingu do Mato Grosso, recorda que, quando era criança, recebeu uma camisa da equipe alvinegra do pai.

Desde então, ele se apaixonou pela tradicional equipe paulistana.

“Sou corinthiano com o maior orgulho. Comecei a torcer quando meu pai, vascaíno, me deu uniforme do Corinthians quando era pequeno. Sempre dou um jeito de assistir”, disse Eike.

Foto: Lucas Alarcão

“Guerrero é meu maior ídolo”

O torcedor Alvinegro conta que tem vivido tempos de festa com sua equipe desde a conquista do Campeonato Paulista.

Ele diz que o momento de maior felicidade torcendo para o Corinthians foi na conquista do Mundial de Clubes de 2012.

Na ocasião, a equipe de São Paulo derrotou o Chelsea por 1 a 0, com gol de Paolo Guerrero.

Em 2025, comemorou o título do Corinthians no Paulistão. “Tenho muita admiração pelos jogadores desse elenco, como o Memphis e o Hugo Souza, mas o gol que mais comemorei em toda minha vida torcendo para o Corinthians foi o do Guerrero no mundial em 2012. Ele é meu maior ídolo”, diz o indígena da etnia Kuikuro

O canto do Urubu

Além do caso de Mark Eike, também pode-se notar outras formas da paixão por um clube surgir para um indígena, como por exemplo no caso do flamenguista de Isal Mascari, do povo Maxacali, do Estado de Minas Gerais

Ele comenta que começou a torcer para a equipe rubro-negra devido a histórias de seu povo sobre o canto do Urubu.

“A maioria do nosso povo é flamenguista porque temos histórias sobre o canto do Urubu. Por isso, gostamos dessa camisa, vermelha e preta”, diz Isael

Foto: Lucas Alarcão

O flamenguista conta que uma das suas maiores emoções foi assistir a um jogo do clube no estádio

No entanto, ele não escolhe um gol como seu preferido e avalia todos como importantes.

“Uma das minhas memórias com o Flamengo foi quando fui em um jogo em BH, no ano de 2013, quando fazia faculdade lá, mas não tenho um gol preferido que o Flamengo fez, todos os gols são muito importantes e históricos”, disse o indígena do povo Maxacali

Gavião Tricolor

Uma situação que também pode acontecer para um indígena se tornar torcedor de um clube é escolher um time devido a sua boa fase na época.

Isso é o caso do são paulino Yuri Kriamretije, do povo Gavião do Pará, que começou a torcer para o Tricolor ainda criança, devido a conquista do São Paulo no Mundial de 2005.

“Sou são paulino desde criança porque, na época, o clube participava de grandes competições, como o mundial de clubes”, diz Yuri

Foto: Lucas Alarcão

O Indígena do povo Gavião do Pará conta que o gol que mais comemorou por sua equipe foi marcado por Rodrigo Nestor, na final da Copa do Brasil de 2023, com este gol o Tricolor se consagrou campeão do torneio.

“Nunca tinha visto um título do São Paulo de grande expressão, e esse ainda foi em cima do Flamengo, então comemoramos ainda mais”.

As mais procuradas

No ATL foi possível enxergar inúmeros vendedores de camisas de times. Um deles é Aluísio, de 53 anos, ele conta que tem vendido muitas camisas para indígenas e fala os times que mais têm sido procurados por eles.

“As camisas que têm sido mais procuradas são as do Flamengo, Corinthians, Vasco e Palmeiras

Por Lucas Alarcão (texto e fotos)

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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