Mesmo com os gestos de aproximação dos presidentes Barack Obama (EUA) e Raul Castro (Cuba), especialistas avaliam que é longo e difícil o caminho para o fim do embargo econômico e financeiro contra o país da América Central, que já dura 53 anos. Segundo três professores de relações internacionais ouvidos pela reportagem, a reabertura das relações diplomáticas é apenas um primeiro passo.
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Para a professora de relações internacionais Sandra Nascimento, a abertura econômica deveria se dar a partir de uma mudança de postura dos Estados Unidos. “A queda do embargo pressupõe necessariamente que os norte-americanos aceitem as condições impostas por Cuba, o que não é fácil”.
O professor Frederico Dias alerta para a dificuldade da aprovação do projeto pelo congresso nacional americano. “As leis do embargo econômico contra Cuba estão subordinadas à aprovação do congresso americano, que necessita de dois terços dos votos. Porém a maioria é republicana e impede qualquer mudança”. Analisa também ser possível a mudança de posição dos republicanos, caso a população continue aprovando a quebra do bloqueio. “O apoio da população à queda do embargo pode mudar o voto republicano por conta do ganho eleitoral que eles teriam”.
Segundo a professora Fátima Aparecida, mesmo com o alto índice de pobreza em Cuba, os cidadãos possuem alguns serviços básicos importantes. “Mesmo existindo pobreza, o governo cubano fornece uma assistência pública nos serviços básicos como saúde, educação e moradia”. Entretanto, a professora critica o controle da mídia no país. “A informação é extremamente controlada, pois é a forma que o Estado tem para controlar os agentes econômicos”. Os professores estiveram no Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão, promovido pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).
Por Lucas Valença
Imagem: Cuba Debate
