Futebol americano: irmãos do Kansas investem em time do Centro-Oeste

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O futebol americano do Centro-Oeste tem, a partir de 2023, novos apoiadores vindos de fora do país, graças a um investimento de valor ainda não revelado.

Os irmãos estadunidenses Weston e Matt Moody, nascidos no Estado do Kansas, resolveram trazer recursos para o Gama Leões Rednecks.

A ideia é desenvolver o esporte no país por meio do time de Brasília/Goiânia.

Treinador de futebol na pequena cidade de Wamego, em seu estado natal, Weston decidiu investir na equipe do centro-oeste por conta de uma relação pessoal com um dos atletas da equipe, que motivou o norte-americano a investir seu dinheiro para melhorar o nível do esporte que ama do outro lado do continente.

Gama LR contará com apoio financeiro internacional; Foto: Pedro José Santana


Porque o Gama LR?

Weston explica a importância de sua relação com um dos jogadores do elenco. O safety Joaquim Sucena foi hospedado pelos Moodys quando foi intercambista em Wamego entre 2019 e 2020.

No Kansas, o brasileiro passou a jogar o esporte pela primeira vez, sob orientação do treinador que o hospedava.

De volta ao Brasil, Joaquim passou a defender o Gama Leões de Judá, hoje Gama LR, e o americano teve a ideia de investir no time.

Weston relata que além de receber o intercambista, também teve passagem pelo Brasil ao morar no Rio de Janeiro em 2013, como professor voluntário de inglês, e diz que aproveitou o país.

A experiência vivida 10 anos atrás e com o jovem atleta foi decisiva para que os irmãos iniciassem sua aventura no esporte sul-americano.

“O Joaquim me deu uma atualizada sobre os times, a liga e os diferentes aspectos do futebol americano no Brasil. Faz sentido investir em um time na capital federal. Por ser a capital as pessoas conhecem mais. Essa é parte da razão de porque a gente quer espalhar nosso nome por aí. Nós queremos ter envolvimento com um time que seja bem conhecido no Brasil”

Gama LR inicia parceria com Wamego Sports Academy


De olho no futuro

A investida dos irmãos Moody pode significar um começo de mudança de cenário no esporte brasileiro. Atualmente, o país conta com apenas um representante na maior liga do mundo, o kicker Cairo Santos, dos Chicago Bears.

Com uma cultura forte no futebol britânico, os brasileiros quando migram para o esporte norte-americano acabam assumindo o trabalho de chutar a bola.

Sobre o desenvolvimento em diferentes posições, Weston diz que é importante que se treine desde a infância para que os jogadores possam alcançar seu máximo potencial e possivelmente chegar à liga ou ao futebol universitário.

“Eu acho que começar as pessoas cedo no esporte é o jeito de desenvolver elas. Nós temos uma cultura de futebol americano aqui, é o mesmo motivo de porque o Brasil é bom no futebol. As crianças estão jogando desde muito cedo e eu acho que você tem que fazer isso se quiser, a longo prazo, crescer no esporte. Você tem que fornecer caminhos para a juventude se desenvolver nele. É ótimo ter crianças jogando futebol, se eles forem jogar quando adolescentes ou adultos eles não vão ser tão desenvolvidos quanto os que jogaram a vida inteira.”


Um nome que pode mudar essa perspectiva é o de Davi Belfort, de apenas 18 anos. Filho do lutador do UFC Vitor Belfort, Davi nasceu no Brasil e se mudou aos 5 anos para os Estados Unidos, onde começou a jogar como quarterback.

O brasileiro se destacou durante o Ensino Médio e foi considerado por olheiros um recruta “quatro estrelas”, uma das maiores notas possíveis. Com quase 30 ofertas em sua mesa, Davi escolheu atuar nos próximos anos pela universidade de Virginia Tech, onde terá a chance de impressionar olheiros da NFL.

Equipe espera melhorar desempenho com o investimento; Foto: Pedro José Santana


O lado financeiro

Responsável pelo lado financeiro da operação, Matt tem experiência com investimentos, tendo fundado 5 startups e investido em outras 4. Essa vivência o levou a acreditar que é importante entrar cedo em oportunidades com perspectiva de crescimento, o qual ele diz ser o motivo de ter decidido participar da aventura no esporte brasileiro.

“Nós decidimos investir por algumas razões, mas principalmente porque a popularidade global do futebol americano está crescendo e eventualmente ele vai estar em todo lugar. Por isso estamos chegando cedo no Brasil”

Matt ressalta que ele e seu irmão não tiveram palavra sobre a utilização do dinheiro por parte da diretoria do time. Ele explica que isso é o ideal, tendo em vista que até o momento eles ainda não conseguem ter de longe o contexto da liga e do clube para se saber o que fazer. Apesar do foco no desenvolvimento dentro de campo, o investidor diz que é importante que o processo também seja lucrativo para os dois.

Acompanhando à distância, Matt cita como um de seus objetivos poder acompanhar mais a equipe atuando para poder divulgar em sua comunidade o trabalho feito no Brasil.

“Eu amo acompanhar pelo Instagram enquanto a temporada vai avançando. Entretanto eu adoraria poder ver os jogos transmitidos ao vivo para que a gente pudesse começar a divulgar aqui na nossa área. Também seria incrível se mais jogadores daqui acabassem chegando ao time no Brasil”.

Gama LR se prepara para novo cenário em 2024; Foto: Pedro José Santana


Expansão internacional

Buscando expandir seu mercado para fora dos Estados Unidos, a NFL passou a sediar jogos em diferentes países por meio do programa “NFL International Series”, inaugurado em 2007 com partida entre os Miami Dolphins e os New York Giants no estádio de Wembley, em Londres. Hoje a liga conta com a capital britânica, a Cidade do México, Munique e Frankfurt como suas sedes internacionais, mas há planos para continuar expandindo, inclusive para o Brasil.

Se tem sido especulado recentemente que a NFL teria escolhido a Neo Química Arena, estádio do Corinthians, como sua base para jogos no Brasil, fazendo com que um dos novos destinos do torneio seja São Paulo. Além do estádio paulista, representantes da liga também teriam analisado o Maracanã, o Allianz Parque e o Morumbi. O anúncio oficial ainda depende da assinatura do contrato entre a liga e o Corinthians e a divulgação da temporada de 2024, com o jogo no país podendo ser adiado para 2025.

Por Henrique Sucena

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira


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