O Instituto Sol Nascente é uma organização beneficente localizada na Ceilândia Sul que há 19 anos busca ajudar crianças com deficiência e suas famílias.
As famílias cadastradas vão até a instituição para receber cesta básicas, leites, fraldas, medicamentos, equipamentos médicos hospitalares e outros itens relacionados aos que são atendidos no local e suas necessidades.
![](https://agenciadenoticias.uniceub.br/wp-content/uploads/2024/06/image-1024x768.png)
O ISN hoje atende cerca de 60 crianças com diversos tipos de deficiências físicas e doenças crônicas, além de adultos que ainda tem mentalidade infantil e dependem de cuidados especiais.
Choque de realidade
Funcionária administrativa do projeto, Monike Chaves de Souza chegou ao local para trabalhar com telemarketing mas se apaixonou pelo trabalho e hoje se dedica a cuidar dos jovens.
“O começo é um choque de realidade, na minha família eu não tenho parentes próximos que tenham deficiências ou com necessidades especiais. Hoje eu estou (trabalhando) com 60 crianças. Quando não recebemos doações, a gente tem que se virar para poder comprar e montar as cestas aqui. Aqui a gente trabalha atendendo famílias em que se eu deixar de entregar a cesta básica, vai ser um mês em que elas não vão ter o que comer”, relata a administradora.
Ela admite que ultimamente o ISN vem encontrando problemas para recolher doações. Com os olhos do país voltados para a tragédia no Rio Grande do Sul, as quantidades recebidas diminuíram e Monike diz que hoje não consegue fornecer a ajuda necessária a todos os atendidos.
“O que a gente pede mesmo sempre é alimentos, medicamentos, insumos e cestas básicas. Hoje em dia tudo o que a pessoa puder fazer ajuda as famílias. É na solidariedade que a gente consegue seguir com o nosso trabalho”, afirma.
Campanha por Maria Vitória
A campanha que o instituto conduz atualmente é em prol da jovem Maria Vitória da Costa Rodrigues, de apenas dois anos, que nasceu com microcefalia, esquizencefalia, encefalocele e Síndrome de Sandifer, o que a torna dependente do uso de oxigênio contínuo.
A criança faz uso contínuo, por recomendação médica, de um suplemento alimentar infantil, que custa cerca de R$70.
Moradora de Águas Lindas de Goiás (GO), Josileia da Costa Silva, de 38 é do lar, enquanto o marido, Manoel Rodrigues da Silva (36), se encontra desempregado. Os dois vêm encontrando dificuldades para arcar com as despesas da filha, que chegam a cerca de R$ 2,3 mil mensais.
A mãe da menina relata que a secretaria da cidade vem deixando a família na mão, com falta de fornecimento de insumos, fraldas e medicações controladas desde o ano passado, além da falta de ambulância para transportar Maria Vitória para consultas médicas. “Essa é a triste realidade daqui. Está faltando tudo para as crianças especiais, para os cadeirantes, para as pessoas com deficiência. Tem deixado muito a desejar”, denuncia Josileia.
O casal ainda tem uma filha mais velha, Maria Eduarda (11), que também é dependente e possui Síndrome de Joubert e autismo de nível 3.
A administradora do ISN diz que buscam ajudar com seu trabalho não só a criança, mas também a família como um todo. A instituição já conseguiu um kit de oxigênio portátil para ajudar durante o transporte da menina e agora a expectativa é de arrecadar doações para ajudar a aliviar as despesas de Josileia e Manoel.
![](https://agenciadenoticias.uniceub.br/wp-content/uploads/2024/06/image-1-1024x683.png)
Como ajudar?
Para colaborar com o instituto, é possível doar os próprios itens necessários ou uma quantia em dinheiro. Monike explica que o ISN gosta de entrar em contato com os interessados para introduzir as crianças que serão ajudadas e demonstrar a importância da contribuição. Também é possível ir até a sede do ISN, na Ceilândia Sul, para entregar os donativos pessoalmente e conhecer o local.
A administradora do local explica que muitas das doações recebidas são de outras famílias “atípicas”, aquelas que têm filhos com necessidades especiais. Ela relata que existe um forte senso de comunidades, especialmente entre as mães, e umas contribuem com o que as outras precisam caso tenha de sobra.
Com a instituição hoje ainda dependendo completamente de doações para funcionar, sem apoio governamental ou patrocínios, Monike diz que é necessário continuar lutando para conscientizar as pessoas sobre a importância de contribuir com a causa. Ela diz acreditar que muitos não têm noção do que essas famílias passam e que falta ainda uma divulgação maior sobre iniciativas como o ISN.
“Eu entro em contato com pessoas diariamente e ouço que a criança pode receber ajuda do governo. Ela deveria, mas eu estou fazendo meu trabalho hoje porque ela não está recebendo, esse é o problema. Mas eu não tenho como culpar essa pessoa porque ela está mal informada, não é uma coisa que é muito divulgada”, explica Monike.
Em casos mais severos, como o de Maria Vitória, o ISN inicia campanhas de doação e mobiliza as famílias envolvidas para arrecadar os itens necessários. Para conhecer mais sobre a instituição e se informar sobre as crianças e as doações, os interessados podem entrar em contato pelo email institutosolnascente.doacoes@gmail.com ou pelo número de telefone (61) 98185-1920.
Por Henrique Sucena
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira