Em meio ao Estádio JK, em duelo válido pela 8º rodada do Candangão 2024, uma cena marcou a rodada no último final de semana.
Na tarde em que o sol lutava para se impor entre as nuvens dispersas e nubladas, as câmeras capturaram não apenas um gol, mas um momento de emoção e conexão entre um jogador e sua maior fã, a mãe dele.
Este momento ocorreu em meio a um jogo tenso contra um Real Brasília que optou por um time misto, em decorrência da Copa do Brasil, visando poupar os jogadores para os próximos desafios.
A vitória, para os mandantes, significava manter vivo o sonho de classificação do Paranoá para as semifinais.

O cronômetro marcava 14 minutos do segundo tempo e o placar era de 1 a 0 para o Paranoá. Apesar do favoritismo, a ansiedade ainda pairava no ar devido o que sair vitorioso representava naquele jogo.
Cada lance carregava consigo uma tensão. Cada jogada era uma batalha travada no campo não apenas pela vitória, mas pela esperança de alcançar um objetivo maior.
Para os mandantes, um último respiro para se manter vivo na competição; para os visitantes, uma oportunidade para alcançar a titularidade e ficar mais afastado da zona de rebaixamento.
Foi nesse turbilhão de emoções que Wisman Oliveira emergiu como o herói improvável e escreveu seu nome no enredo daquele confronto.
Um momento que surgiu de uma falha da defesa do Real Brasília, permitiu que o camisa 7 aproveitasse a oportunidade e finalizasse com eficiência.
Com muita liberdade e de frente para o gol adversário, Wisman precisou somente desolcar o goleiro para emplacar mais um gol para o Paranoá e alegria da torcida.
E apesar dos 488 torcedores presentes, era a presença solitária e radiante da mãe de Wisman que capturava a atenção do jogador.
Seu olhar orgulhoso e suas palmas vibrantes ecoavam mais alto que qualquer outro som no estádio.
Mas a grandeza desse momento não se resumia apenas ao feito esportivo.
Enquanto os torcedores explodiam em comemoração, Wisman tomou uma decisão que surpreendeu todos: em vez de correr em direção aos seus companheiros de equipe, ele se dirigiu à grade que separava o campo das arquibancadas, em busca de sua mãe. Além disso, o jogador fez questão de pular esse alambrado para comemorar de pertinho com ela.
Em entrevista à Agência de Notícias do CEUB, o jogador comentou sobre esse momento: ”Minha mãe muitas vezes não consegue vir aos jogos, e hoje, que ela veio aí, não poderia deixar de ir lá perder essa oportunidade, ai tive que ir lá para dar um abraço nela”
E ali, em meio à multidão ensandecida, mãe e filho se encontraram em um abraço que transcendia as palavras.
Nas lágrimas de alegria que brotavam de seus olhos, estava contida toda a jornada de sacrifícios e perseverança que os levou até aquele momento. Era a celebração não apenas de um gol, mas de uma vida dedicada ao esporte, com todo o amor e apoio de uma mãe que sempre esteve ao seu lado.

Wisman recebeu a punição com cartão amarelo pela comemoração assim que retornou ao gramado, porém o jogador disse que independentemente de qualquer infração, aquele momento valeu a pena para eternizar a paixao do filho pela mãe: ” O cartão amarelo, por esse momento, valeu a pena demais. Não tenho nem dúvidas”