Machismo no trabalho: empresas ainda procuram “boa aparência”

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Anúncios de teor machista, como chamadas para candidatas de “boa aparência” como requisito para ocupar vagas no mercado de trabalho, já foram mais comuns em classificados de jornais ou nas vitrines de lojas. Desde 1999, o artigo 373-A da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) proíbe este tipo de discriminação. No entanto, na prática, o cenário é bastante diferente do que prevê a legislação, no qual o currículo ainda não é a única forma de avaliação na contratação (ou não) de uma profissional. A diferença é que os mecanismos corporativos passaram a ser mais sutis na interdição das mulheres com a criação de obstáculos para que elas conquistem novos espaços nas empresas, conforme foi apurado na capital do país. Depois de contratadas, ainda são vítimas de procedimentos discriminatórios e de assédio sexual. Como se fossem “objetos” a serviço da empresa. Mulheres relataram à reportagem casos de assédios explícitos, de discriminação e de como funciona a seleção em empresas da capital,  de restaurantes de luxo a agências de marketing.

 

A brasiliense Joana* lembra que, durante a contratação, ficou claro que a exigência era que fosse bonita. A jovem de 21 anos procurava por emprego e um dia foi a um restaurante para se candidatar à vaga. Ao entrar no ambiente, se deparou com o gerente e, depois de algumas perguntas, foi contratada sem ao menos mostrar o currículo. “Conforme os funcionários têm mais contato com os clientes, precisam ser mais bonitos”, relatou a universitária que se identificou como Joana, funcionária de uma das principais churrascarias do centro de Brasília. Com o intuito de mudar a aparência da empresa, o restaurante passou a contratar mulheres para terem contato direto com os clientes. Antes disso, elas trabalhavam apenas na cozinha ou no caixa. Após iniciar na função de recepcionista, a estudante foi “promovida”.  Depois de uma conversa com o chefe, Joana passou a ficar no salão para ter contato direto com o cliente e servi-los.

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