“O jornalismo perde por não estar perto das pessoas”, reflete jornalista

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O potencial do jornalismo de amplificar e denunciar os problemas sociais foi tema de debate em uma roda de conversa. A jornalista Natalia Godoy e a professora de arquitetura Ludmilla Correia, também ligada a direitos das conunidades, foram convidadas para debater o papel social da comunicação.

A jornalista considera que o principal desafio do jornalismo após a pandemia será a reaproximação com as pessoas. “O jornalismo perde por não estar tão perto das pessoas“, relata.

Natalia Godoy, apresentadora e repórter da Tv Globo, fala sobre seu propósito de querer fazer a diferença na vida das pessoas. Durante a pandemia, ela diz que tentou trazer “doses de esperança” para o cotidiano e mostrar alternativas para notícias difíceis. Relembrou ainda o quadro “Ajuda aí”, apresentado durante a pandemia, que trazia impacto e apoio na vida de pessoas que estavam em situação de vulnerabilidade.

“Mesmo em um momento desafiador, mesmo em um momento difícil, pode ter certeza que alguma coisinha vai servir como um abraço, como uma ajuda para uma pessoa que está precisando. É uma palavra, um sorriso, um olhar que seja.”

Confira o debate na íntegra

A professora Ludmila Correia, do Centro Universitário de Brasília, atua no projeto de extensão universitária “Morada de luz” que visa levar alunos e profissionais às comunidades vulneráveis de maneira interdisciplinar.

A assistência técnica para habitação de interesse social é o objeto principal e a professora vê a comunicação como um caminho para fortalecimento de ações comunitárias. “Informar a população dos seus direitos, divulgar ações para fortalecer o movimento e denunciar a violação de direitos.” apontou como os principais papéis da comunicação.

Natalia reforçou a necessidade de “dar voz à população” preservando o lado humano do jornalismo, com sensibilidade. “Quanto mais olhares diferentes trouxermos, conseguimos um olhar mais humano.” A jornalista considera que a  troca de realidades permite a criação de uma bagagem e vivência. “Existe um ganho muito grande com a junção da parte técnica e da parte social, no jornalismo.”

A professora destacou o desenvolvimento da sensibilidade a partir da experiência de viver realidades diferentes. No seu projeto de extensão, vê o complemento entre a área técnica e a prática, já que os alunos presenciam problemáticas que não teriam como ser abordadas no ambiente acadêmico. 

A apresentadora reforça que, no jornalismo, é necessário uma conversa sincera. Os repórteres precisam estar em contato com a população, escutando as pessoas e os líderes comunitários. Complementa falando que a maior interação da população, através das redes sociais, mudou o jornalismo.

Fake News

Os movimentos sociais também são afetados pelas notícias falsas. Ludmilla conta que é preciso dialogar e desmistificar seu trabalho para conseguir maior abertura. “As pessoas recebem tantas informações que ficam confusas”. Natalia concorda que as FakeNews são um dos grandes problemas dos últimos anos, mas explica que nem tudo está perdido. “Quando as pessoas estão em dúvida do que é verdade, elas vão recorrer para quem tem credibilidade”, afirma. 

A conversa foi realizada no “4º Encontro de Extensão e 17ª Campanha de Responsabilidade Social do CEUB” e foi mediada pelos professores André Ramos, do projeto Bureau de Criação, e Luiz Claudio Ferreira, da Agência de Notícias UniCEUB, nesta terça-feira (26).

Por Maria Eduarda Cardoso e Fernanda Bittar
Supervisão: Luiz Claudio Ferreira

 

 

 

 

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