“Sing Sing”, indicado em três categorias do Oscar, traz arte nascida na prisão

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Baseado em uma comovente história real, Sing Sing destaca o impacto que a arte pode ter nos mais hostis dos ambientes.

Com um elenco de atores anteriormente encarcerados, o longa é um testemunho do poder restaurador do teatro e da possibilidade de redenção, da importância da vulnerabilidade e do papel da arte no nascimento da esperança na vida dos detentos.

Merecidamente, o filme está indicado em três categorias do Oscar, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original, mas não é exagero dizer que poderia estar em mais oportunidades. A junção entre o elenco, a história e as mensagens do filme formam uma obra que não se vê muitas vezes nas telonas.

SING SING | Trailer Oficial Legendado

Sinopse

Em Sing Sing, Divine G (Colman Domingo), um homem preso injustamente que encontra um novo propósito ao se unir a um grupo de teatro na prisão. Ao lado de outros detentos, ele embarca em um projeto artístico que vai além das grades, descobrindo na arte uma poderosa ferramenta de transformação e resiliência. 

A chegada de um novo integrante, cauteloso e desconfiado, desafia o grupo a superar suas próprias barreiras emocionais e a explorar a comédia como meio de expressão. Juntos, os homens decidem encenar sua primeira peça cômica, e o processo criativo se torna um caminho para reconciliação consigo mesmos e com suas histórias. 

O protagonista 

Colman Domingo, que também participou de “A cor púrpura” e “Rustin” com atuações memoráveis, mostra mais uma vez sua grandiosidade. Com a ajuda de um roteiro simples, mas bem escrito, ele dá vida a um protagonista complexo, com frustrações e angústias guardadas, mas que sempre doa tudo de si ao grupo de reabilitação e a seus colegas de encarceramento.

O poder do silêncio 

Mais do que a trilha sonora do filme, que conta com 17 canções do compositor Bryce Dessner, com a música dos créditos sendo indicada ao Oscar de melhor canção original (“Like a Bird”), o que chama mais a atenção no longa é o uso magistral do silêncio.

Para passar alegria, espanto, raiva, surpresa e indignação, o silêncio foi utilizado para exigir do público mais do que atenção, mas percepção, crítica e reflexão. Cada minuto em que não se ouve nada, muito é dito sobre os personagens e sua evolução ao longo da trama.

Curiosidades

Alguns atores do filme são ex -presidiários que de fato participaram do programa de reabilitação pelas artes. Sean “Dino” Jonhson, Mosi Eagle, Patrick “Preme” Griffin, David “Dap” Giraudy, James “Big E” Williams e Clarence “Divine Eye” Maclin voltaram para a prisão para mostrar para o mundo como a arte os tirou de lá.

Outro fato interessante são as cenas em que os presidiários estão fazendo testes para o papel na peça representada no filme, pois os clipes eram na verdade suas audições oficiais para o filme.

O elenco como um todo é um ponto alto do longa, com atores que arrancam todas as emoções do público e contam histórias de dor, felicidade, tristeza e superação. 

Conclusão 

Sing Sing não é um filme que chama muita atenção só pelo trailer e enredo, mas é diferente de qualquer filme de prisão de sucesso dos últimos anos. Sem dramas rasos e brigas violentas, mas com a  inspiração e a resiliência que vem com a arte e como ela pode reabilitar e transformar.

Com perspectivas de quem já viveu o programa e uma história que cativa desde o início, o longa merece o seu ingresso e atenção, ele certamente irá surpreender.

Ficha técnica:

Direção: Greg Kwedar;
Roteiro: Greg Kwedar e Clint Bentley ;
Produção: Greg Kwedar, Clint Bentley e Monique Walton ;
Elenco: Colman Domingo, Clarence Maclin, Sean San Jose, Jon-Adrian Velazquez, Sean Dino Johnson e Paul Raci;
Duração: 107 min;
Gênero: Drama ;
Classificação Indicativa: 14 anos;
Origem: Estados Unidos;
Distribuição: A24 e Diamond Films.

Por Alexya Lemos*
Fotos e trailer: Divulgação
* A repórter assistiu à pré-estreia a convite da Espaço Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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