O novo longa Superman traz leveza e esperança de recomeço para a DC Studios com um Superman fiel às origens
“Superman”, um dos longas mais estimados de 2025, chega aos cinemas nesta quinta-feira (10/7) com a promessa de retornar ao espírito clássico do personagem.
Escrito e dirigido por James Gunn (Guardiões da Galáxia), o filme marca não só uma nova fase do herói, agora interpretado por David Corenswet, como também o início de um novo universo de histórias da DC Studios.

Trama
O filme acompanha Superman, um alienígena nascido com o nome de Kal-El, enviado do planeta Krypton à Terra. Criado como Clark Kent, ele usa seus superpoderes para proteger a humanidade enquanto concilia a vida de herói com a pessoal.
Já atuando há alguns anos, a existência do kryptoniano perturba o bilionário Lex Luthor, interpretado por Nicholas Hoult, que acredita ser o ápice da espécie humana e não aceita que um ser de outro planeta esteja no centro das atenções da humanidade. Para acabar de vez com o herói, Luthor inicia um plano conspiratório para destruir a imagem pública do Superman.
Retorno ao clássico
Quando anunciado, uma das premissas iniciais do filme foi a de trazer o espírito clássico do personagem: um herói otimista, alto-astral e que inspira esperança nas pessoas ao seu redor. A proposta segue pelo caminho oposto da versão anterior do personagem, interpretada por Henry Cavill, que, assim como o antigo universo da DC, visava o realismo e trazia uma atmosfera sombria ao mundo e aos heróis. Acontece que “Superman” é um filme colorido e engraçado, sem medo de abraçar o brega, explicitado no próprio personagem com a cueca por cima da calça.
Direção e roteiro
James Gunn, que também é o idealizador do novo universo da DC, é conhecido por filmes de equipe de heróis, como a franquia Guardiões da Galáxia e O Esquadrão Suicida, ambos com um tom de comédia mais ácida.
Fazer um filme de herói solo e trazer um tom mais leve definitivamente está fora da zona de conforto do diretor. Felizmente, o cineasta alcança tais feitos com êxito. A maior parte das piadas funciona e pode ser aproveitada por crianças e adultos, com destaque para as interações do supercão Krypto com o herói.
O Superman é o protagonista do filme, ainda que trabalhe com Lois Lane, interpretada por Rachel Brosnahan, e outros heróis.
O seu desenvolvimento é o destaque do longa, que lembra em alguns momentos a estrutura de um episódio do desenho Liga da Justiça – Sem Limites. No entanto, ainda assim, fica um pequeno gosto de “poderia ter sido ainda melhor” se não houvesse tantos personagens.
A vida de Clark Kent como repórter, por exemplo, fica em segundo plano.
A fotografia do filme é competente, repleta de cores vibrantes, como o amarelo nas cenas que enaltecem o sol, elemento-chave do personagem, e a sua claridade sobre a cidade de Metrópolis, ou ainda o azul do gelo nas cenas da Fortaleza da Solidão. A magnitude de uma megacidade como Metrópolis é transmitida com sucesso, com inúmeros prédios e arranha-céus. No entanto, essa mesma magnitude faz falta em um conflito global entre dois países vizinhos fictícios do filme. A guerra é uma parte importante do roteiro e, quando mostrada em cena, a direção apresenta um conflito que não parece tão grande quanto o roteiro propõe.
Universo estabelecido
Superman é uma das maiores figuras da cultura pop, e como sua história de origem já está no imaginário popular, o diretor optou por não mostrá-la em tela. Aliás, a direção deixa claro que o Superman não representa o marco inicial de heróis, monstros ou seres superpoderosos naquele universo.
O mundo retratado no filme convive com essa realidade há séculos, por isso não é de se estranhar que os personagens estejam totalmente acostumados com pessoas voando e monstros cuspindo fogo pela cidade. Por conta dessa bagagem, o filme conta com diversos outros heróis e vilões, que devem retornar em futuras obras do universo.

Atuações
O elenco do filme é um dos destaques. A maior parte dos atores funciona bem em cena e entrega boas atuações. David Corenswet apresenta um Clark Kent/Superman carismático, bem-humorado, um pouco ingênuo e, principalmente, vulnerável.
Rachel Brosnahan também entrega uma ótima Lois Lane, com uma atuação que transmite serenidade e expertise. Destaque para Nicholas Hoult, que expressa bem a genialidade de Lex Luthor nas cenas em que o personagem expõe seus planos e ambições, ou nos momentos de birra, quando se frustra com algo.
Técnica
O filme é bem resolvido nos efeitos especiais. A cidade, os monstros, as cenas de luta e destruição são bastante convincentes, de forma que mantêm o espectador imerso no longa. O áudio está claro, e os efeitos sonoros são ótimos. A trilha sonora original é boa, mas não muito memorável.
O tema do personagem é excelente, mas se trata de uma versão moderna do tema clássico de John Williams, do Superman de 1978, ou seja, não é exatamente uma novidade. Se comparada à de O Homem de Aço (2013), filme anterior do herói, cuja trilha foi composta por Hans Zimmer, a trilha do novo longa, composta por John Murphy e David Fleming, fica em segundo plano.
Ficha Técnica
- Direção: James Gunn.
- Roteiro: James Gunn.
- Data de lançamento: 10 de julho de 2025.
- Duração: 2 horas e 9 minutos (129 minutos).
- País de origem: Estados Unidos da América.
- Gênero: Ficção científica, fantasia, comédia, aventura, ação.
- Elenco: David Corenswet (Clark Kent/Superman), Rachel Brosnahan (Lois Lane), Nicholas Hoult (Lex Luthor)
Por Arthur de Lima
O repórter assistiu ao filme a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira