Terra Livre: em Brasília, indígenas alertam para mudanças climáticas, falta de trabalho e invisibilidade; veja vídeo

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Sasná, indígena da etnia Fulniô
Autoria: Ana Beatriz Cabral Cavalcante

Nesta semana, indígenas de todo o país estão acampados ao lado do Teatro Nacional, o Acampamento Terra Livre (ATL), que conta com plenárias, marchas e noites culturais.

Diversas etnias durante o evento também estão praticando sua cultura e tradição, mostrando ao público suas danças tradicionais, pinturas corporais e artesanato.

O intuito do evento é lutar pelos direitos das terras demarcadas, da educação adequada e saúde dos povos originários.

A equipe de reportagem da Agência Ceub conversou com jovens de diferentes etnias.

Leia mais sobre indígenas diante da indefinição

Fulniô

Sasná (na língua yatê), conhecida como Patrícia, 43 anos, vive em Águas Belas (PE) como artesã. Ela explica que que mais de 80% da sua aldeia vive do artesanato, pois a agricultura é extremamente difícil de firmar devido à falta de chuvas e ao clima seco e quente. 

O encontro sediado em Brasília, para a indígena, é um momento importante e único de confraternizar com outras etnias, realizando trocas de conhecimentos e experiências. Ela reforça que cada povo tem sua identidade e esse encontro serve como uma porta-aberta para a discussão.

Patrícia conta que os indígenas da cidade possuem muito mais recursos para os ampararem, diferente daqueles que se encontram na base, como ela se refere às aldeias. A realidade é totalmente diferente, com a precariedade, os governantes cegos quanto às suas condições e a falta de auxílio. 

“As pessoas nos visitam e depois saem contando aquilo que querem, não contam a realidade que nós passamos.”

Sasná, indígena da etnia Fulniô

Ot’sá (na língua yatê), conhecida como Elice, 35 anos, reforça a fala de sua companheira de tribo. Também trabalhando como artesã, para ela o acampamento é uma oportunidade para expor seu trabalho a um público maior e mais diversificado, pois sua cidade é muito pequena. 

Caiapós

A tribo da etnia Caiapó, oriunda do sul do Pará, esteve ativamente envolvida no acampamento com danças tradicionais entre seus companheiros, pinturas corporais e artesanato.

Moetuk, indígena da etnia Caiapó
Autoria: Ana Beatriz Cabral Cavalcante

Moetuk, 60 anos, é uma das envolvidas na pintura corporal durante o período da tarde, mas não pôde dar entrevista por não falar o português.

Joana Chagas, 44 anos, visitante
Autoria: Ana Beatriz Cabral Cavalcante

Homens e mulheres se reuniam em meio ao público para danças e cantos de sua tribo, sendo o grupo feminino unido de um lado enquanto o masculino de outro. Confira trechos de momentos como esse:

Guajajara

Ywyrhú e sua companheira Eucilene, indígenas da etnia Gajajara
Autoria: Ana Beatriz Cabral Cavalcante

Ywyrhú, 32 anos, trabalha como artesão e mensageiro da medicina sagrada em sua tribo. Atuante com ervas como a ayahuasca, diz que o encontro do acampamento é uma luta pela vida, pois a natureza é a prova dela.

“Sou guerreiro, como muitos outros aqui, na luta contra o capitalismo e para manter a tradição, língua e nossa origem.”

Ywyrhú, indígena da etnia Guajajara

Ele complementa que todo o movimento é uma luta pela melhoria da saúde, por escolas inclusivas que trabalhem a bilingualidade e a força conjunta para a permanência da cultura dos povos originários.

Por Ana Beatriz Cabral Cavalcante
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira  

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