Passou a tempestade, mas não acabaram os problemas dos moradores de Samambaia que foram atingidos pelas chuvas e ventos da semana passada. Eles esperam mais apoio e assistência social do governo do Distrito Federal e de ações solidárias para reconstruir casas destelhadas. Com as moradias destruídas, restou recorrer a amigos e familiares, e até a cartões de crédito, como é o caso do Josemyr Gomes Viana, 32, desempregado há 1 ano.

Josemyr contou que tudo aconteceu muito rápido na noite do vendaval. Em questão de cinco minutos, o telhado havia sido arrancado e moveis como sofá, micro-ondas e geladeira foram molhados e estragados. A casa era construída com paredes de concreto e as telhas, forradas com material PVC. Mesmo assim, foram arrancadas com a grande ventania da noite. “Eu fui colocar o lixo para fora e percebi que o vento estava muito forte. Em cinco minutos a chuva começou a cair e arrancar tudo”, afirma Josemyr.
A vítima do vendaval afirma que não teve ajuda do governo até o momento e que está recorrendo ao empréstimo de dinheiro e cartões de crédito para arrumar o telhado e evitar estragar mais móveis. Hoje Josemyr, seu filho de dois anos e a esposa, Juciane Rodrigues, estão de volta em sua casa que ainda está sem telhado.
Geovan Francisco Nogueira, 53, foi outra vítima do desastre. Ele mora no quintal da Igreja Pentecostal de Santa Fé. Ele foi buscar suas roupas no varal quando começou a se assustar com as telhas voando e com a escuridão que se sucedeu. O muro nos fundos do terreno, onde fica o espaço onde Geovan mora, está em pedaços. “O governo só tem ajudado as casas, instituições como igrejas não são ajudadas”, lamenta Geovan.
Casa Azul abalada
A ONG Casa Azul que trabalha para diminuir a vulnerabilidade social de cerca de 1.900 crianças e adolescentes, na unidade de Samambaia, também foi atingida pelo fenômeno. O terceiro andar da instituição que abrigava 6 salas destinadas ao programa Jovem Aprendiz – que trabalha com o direcionamento dos jovens no mercado de trabalho – foi totalmente abalado pela tempestade. Hoje, há um trabalho intenso para que a instituição volte a abrir suas portas até a próxima segunda, segundo a presidente da instituição, Daise Lourenço Moisés, alcançada essa meta, a precariedade dos serviços prestado pela instituição estará presente nos próximos dias. “Estamos fazendo de tudo para voltar a abrir as portas na segunda-feira de maneira provisória e precária para as nossas crianças”, afirmou.
Segundo o mobilizador social que trabalha na ONG, Edivan de Sousa, 22, o governo está ajudando a Casa Azul, porém ainda falta mais apoio por parte do GDF e da Administração de Samambaia e que eles estão esperando por essa ajuda. Segundo Edivan, o governo disse que vai ajudar arrumando parcerias para a doação de telhas, dentre outros materiais para a reconstrução. O mobilizador social ainda lembra que quanto às famílias que estão sofrendo com a catástrofe, o GDF tem sido bastante prestativo.
Ajuda do governo
O assessor especial da Secretaria de Cidades, Marcelo Nóbrega, afirmou que o governo está ajudando a população de Samambaia desde o primeiro momento após o vendaval com a intervenção de bombeiros e da defesa civil. Nesta terça (25), aconteceu a finalização da entrega de cestas básicas, mantimentos e alimentos para as vítimas. Segundo ele, 95% das habitações já foram reparadas a partir da doação de telhas, tijolos e cimentos doados pelo GDF.