Gikovate: generosidade no trabalho tem limite

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O psicólogo Flávio Gikovate, com mais de 50 anos de carreira, defendeu nesta quarta (26), em Brasília (DF), a cooperação no ambiente de trabalho em oposição ao espírito de sabotagem que se instala em espaços exageradamente competitivos. “Quando a gente se coloca no lugar da outra pessoa, (isso já é possível a partir dos sete anos de idade) começa a levar em conta os direitos de outras pessoas e equilibra as vontades. Abre mão em função do outro”, explicou. Por outro lado, Gikovate criticou a generosidade demasiada no trabalho. Assista abaixo 

Para Gikovate,  generosidade pode se tornar um defeito quando a pessoa não defende os próprios direitos no trabalho ou em casa e reforça a ação dos egoístas. “Nesse sentido, a generosidade faz mal. A pessoa se torna egoísta consigo mesmo. Ele não sabe falar não”.  Para ele, em ambientes cooperativos também devem ter tensões.

Nesse sentido, o ambiente de trabalho tem que justo, sem abrir mão do direito de todos. “A disputa tem que ocorrer de forma nobre. A postura tem que ser equilibrada. Cuidar da vontade do outro e da própria vontade. Pessoas que não são do bem estão sempre prontas para dar o bote”.

Vaidade

Gikovate acrescentou que uma das características fundamentais da inteligência emocional é ter domínio sobre a agressividade. “Clima de amizade não quer dizer que não existam tensões. É preciso dominar as emoções”.

No ambiente de trabalho, Gikovate entende que a vaidade deve ser controlada. “As pessoas têm que lembrar da vaidade do outro. Não pode magoar as pessoas no trabalho. Todos têm vaidade e isso deve ser equilibrado, com os direitos legítimos do outro.

O psicólogo entende que para manter o ambiente cooperativo é importante manter o mesmo grupo em um período longo de tempo. “Assim o repertório se renova, se recicla, com pessoas sempre dispostas a aprender cada vez mais”.

O especialista exemplificou que o ser humano no paleolítico, diferente da ideia de que era um selvagem, era capaz de partilhar alimentos e se proteger. “Esse ritmo de amadurecimento foi interrompido pela invenção da propriedade privada. A civilização moderna tem a ver com o fim da cooperação. Isso se reflete nas famílias, inclusive”.

Por Luiz Claudio Ferreira e Lucas Valença – Agência de Notícias UniCEUB

Imagem: Divulgação

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