Os professores André Luiz Gomes Moreira e Maria Eneida Matos da Rosa defenderam o papel da literatura como agente de transformação social. Em debate realizado no XI Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão, no UniCEUB, e coordenado pela docente Ana Luiza Montalvão Maia, eles trataram do fato que o espaço literário é também político.
A professora Ana Luiza trouxe o debate sobre as desigualdades na educação, na qual há alunos com um bagagem, interesse e recursos diferentes uns dos outros, o que proporciona diversidades também no ensino.
Um dos tópicos trabalhados foi sobre a literatura nas histórias em quadrinhos, tão famosas HQ’s, no qual foi citado como referência o livro Fábulas no Divã, que traz a importância desse gênero textual para a formação do estudante. Esse gênero, para eles, pode aproximar o leitor da escrita e, assim, das palavras. O livro traz para a palestra reflexões que existem nessas histórias e são postas de lado, pois é considerado um gênero inferior; mas que podem servir de críticas a uma sociedade, aos comportamentos ou algo do gênero, haja vista histórias como Mafalda “no qual a protagonista é tudo que as crianças não são” como afirma a professora Maria Eneida ao referir ao cunho político por trás das atitudes da protagonista das histórias argentinas.
Nunca na escola – Para fazer essa análise, foi relembrado o processo político que a Argentina passava quando surgiu o desenho que de forma lúdica uma criança de sete anos critica o governo, a escola, os pais e a sociedade. Também, podem ser vistas interpretações nas histórias brasileiras dos personagens da Maurício de Sousa no qual as crianças não aparecem em escola, exceto uma: o Chico Bento.
O professor André Luiz começa citando Clarice Lispector ao recitar um poema, no qual ela reflete sobre as palavras. Ele questiona o porquê de estudar literatura “a construção imagética é capaz de transformar o mundo”, e traz outros elementos da disciplina tais como a leveza e a rapidez que ajudam a lidar com o cotidiano. Termina dizendo que para uma literatura ser considerada transformadora o principal é afetar o leitor – seja em poemas épicos, grandes tragédias, comédias como as de Molière ou nas histórias em quadrinhos.
No fim, a apresentação foi aberta ao público para questionamentos a respeito dos temas e os professores defenderam a transformação de livros, chamados de clássicos, em gibis e a adaptação dessas histórias para atrair o leitor e fazer com que ele participe desse mundo literário.
Por Jade Abreu – Agência de Notícias UniCEUB