A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou novas propostas de imagens e mensagens de advertências sanitárias nas embalagens de cigarro e nos pontos de venda.
No debate, foram apresentadas sete novas imagens para as embalagens e quatro para os pontos de venda, com temas relacionados a saúde, meio ambiente e economia.
A última proposta de atualização das mensagens de advertência nas embalagens de cigarro ocorreu em 2017, por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 195/2017, estabelecida pela Anvisa. As empresas tiveram até o ano seguinte (2018) para se adequar às mudanças

Mudança importante
Com mais de 6 anos desde a última atualização, a Anvisa busca urgentemente renovar as mensagens de advertência nas embalagens de cigarro.
Durante a abertura da audiência, Leandro Pereira, diretor adjunto da Anvisa, afirmou que a proposta de novas imagens e mensagens visa intensificar a conscientização sobre os riscos do tabagismo:
“Essas mensagens de advertência são muito importantes para alcançarmos o nosso alvo, que é reduzir a simetria quanto ao uso do tabaco, fazer com que as pessoas que fumem tenham noção aos riscos que estão sujeitos. As embalagens também são um alerta para aqueles que não fumem, não iniciem com a prática”, afirmou Leandro.
Novas imagens, mesmo objetivo
Durante a audiência, estavam presentes especialistas do INCA – Instituto Nacional de Câncer –, visando inserir sugestões para a Consulta Pública.
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Em entrevista com a Agência CEUB, André Szklo, pesquisador do INCA, ressaltou o objetivo das mensagens e advertências sanitárias nas embalagens de cigarros para o controle do tabagismo:
“As imagens e mensagens têm realmente um objetivo de, enquanto você está segurando aquela embalagem, você afastar o consumidor do tabaco. É um momento que você pode fazer uma propaganda anti-tabaco para ajudar o indivíduo a se sensibilizar e buscar ajuda para parar de fumar.”, salientou o pesquisador.

André também afirmou que as mensagens servem para o objetivo proposto, mas para alcançar a efetividade máxima, outras medidas devem ser implementadas:
“A efetividade melhor seria o Brasil avançar para uma proposta de embalagem genérica, em que você não teria todos aqueles acessórios de cor que a indústria do tabaco usa. Mas, do mesmo jeito, as atuais formas utilizadas, como as mensagens, também são efetivas. Nós estimamos que entre 1989 e 2050, as embalagens com imagens de advertência serão responsáveis por prevenir quase 1 milhão de mortes associadas ao uso de produtos derivados de tabaco.”, disse André.
Ele também afirmou a necessidade da alteração constante das advertências sanitárias. Para ele, quanto menos tempo de espera, maior a efetividade:
“Quanto mais curta for essa periodicidade de mudança, melhor. Qualquer mensagem de comunicação se desgasta com o tempo. E no momento presente, estamos conseguindo incluir temas mais atuais, como os impactos ambientais e as perdas econômicas associadas ao tabagismo. Então a mudança é seguramente válida”, falou o pesquisador.
Por Mateus Péres
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira