O conselheiro do Ministério de Educação e reitor de uma universidade particular do Distrito Federal, Gilberto Garcia, criticou duramente o Enade, exame que avalia os estudantes do ensino superior.
Segundo Garcia, a avaliação virou um peso comercial para algumas instituições e a nota vale mais do que a própria preparação para a vida profissional. O conselheiro afirmou que existem faculdades que preparam as disciplinas como um cursinho para o Enade. Gilberto Garcia chegou a dizer que a avaliação é perversa e punitiva. “O Enade não é resultado do aluno, é fator de mercado”.
O reitor acrescentou que a procura por uma boa nota no Enade pode tirar o foco disciplinar. A capacitação do profissional pode ficar em segundo plano para a faculdade. De acordo com Garcia, essas metodologias contribuem para o déficit de profissionais qualificados no mercado.
Leia mais:
Joaquim Barbosa comenta posição de Dilma em debate
Toffoli defende “dever” do voto
Gilberto Garcia é o presidente do Conselho da Câmara de Educação Superior do MEC. Além do reitor, outros 11 profissionais compõem a câmara do ministério.
Sobre o exame
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, órgão responsável pelo Enade no Ministério de Educação, preferiu não comentar o discurso do conselheiro. De acordo com nota enviada pela assessoria do Inep, não há como avaliar o contexto do comentário feito pelo professor.
O objetivo do Enade é avaliar o conhecimento dos estudantes sobre os conteúdos da graduação. O exame serve para o governo brasileiro verificar a aprendizagem dos alunos em relação ao ensinamento das faculdades.
Fotos: Jonas Pereira