Crise não deve enterrar utopias, diz sociólogo

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O presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada, Cesar Callegari, disse, nesta terça-feira, em Brasília, que a crise econômica e política não pode enterrar utopia e sonhos na educação. “Pode se parar uma ferrovia, mas não o aprendizado”, disse. Nesse momento difícil, segundo ele, a educação brasileira tem o desafio de atrair os estudantes. Para ele, o momento atual é discrepâncias. O professor, que é membro do Conselho Nacional de Educação, considera que parte da elite não considera a educação como prioridade e é entreguista, ao extirpar a chance do ensino para a população.

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“Quando você descontinua processos, você acaba com sonhos nas áreas da educação, cultura e ciência”.  Para o sociólogo, o maior problema de escolas vazias não se trata só, ou apenas, de dinheiro. “O PIB da educação é quase o dobro do PIB da construção civil do pais”. Seria o mesmo  valor do PIB relativo ao petróleo, mas o problema estaria, para ele, na falta de atração de alunos e professores. “O currículo conteudista não desperta interesse dos jovens. Os conteúdos são muito fragmentados e com pouco significado. Assim, correlacionar as disciplinas é  é absolutamente crucial”, disse.

 

Callegari entende que, se, por um lado, os jovens se sentem mal orientados, por outro, os empregadores e professores sentem falta de competências básicas daqueles que saem das instituições. “Sempre (a saída) será pela educação, seja no Brasil ou no mundo”. Para o professor, o caminho necessário e efetivo será o ensino. Entretanto, o professor acredita que a área necessita continuar crescendo de forma uniforme, pois esta fase da formação acadêmica não pode sofrer interrupções ou não receber os incentivos necessários. “Nossa estrutura é fragmentada e perniciosa”. Para ele, parcela da elite concedeu, ao longo da história, menos recursos para educação e isso precisará ser recuperado pelos próximos anos.

“Magistério deve atrair os melhores”

Para Callegari, os cursos de licenciatura têm atraído menos profissionais. “A docência deveria estar com os melhores entre os melhores. Hoje, porém, salvo exceções, são profissionais que ganham pouco algo como R$ 1800 por 40 horas de trabalho.


Por Felipe Oliveira e Luiz Claudio Ferreira

Twitter ao vivo – Bruno Santa Rita

Imagens: Raimundo Flamel

Foto: Tereza Sá

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