Nilda Freire, 46 anos, é mãe solo de Fernanda, 18 anos, e de João, 6 anos. João estava começando o processo de alfabetização quando a pandemia começou. ‘’Eu conclui meus estudos depois de adulta, através do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e não quero que o isolamento social traga essa consequência para ele’’, comentou.
Apesar de acreditar que o ensino remoto é necessário, Nilda observa que seu filho, aluno da rede de ensino público do Distrito Federal, não se adaptou bem a modalidade remota, mesmo com suas tentativas de estímulo – brincadeiras e atividades impressas. “Sinto que ele não consegue se concentrar por muito tempo, além de sentir muita falta da professora e dos colegas’’, afirma.
Por cuidar da casa sozinha e ser mãe solo, a mãe das duas crianças sente um aperto por não conseguir suprir as necessidades escolares dos filhos. ‘’Ele já vai fazer 7 anos e eu achava que nessa idade ele estaria lendo e escrevendo mais coisas. No momento ele sabe escrever o nome dele e dos familiares’’, revela.
Desafios para os profissionais
Para a professora Isabel Cristina Gonzaga, de 47 anos, a pandemia não foi sua maior dificuldade em seus 24 anos lecionando na educação básica, porém não deixa de ser um desafio. É preciso manter a motivação e a atenção dos alunos, obter retorno positivo à frente do que é proposto. Sendo que, por não haver tanta participação visual das crianças, como antes, e ainda os problemas tecnológicos – internet ou computador -, o desenvolvimento educacional do professor teve que ser redobrado.
Sobre essa mesma perspectiva, a universitária em pedagogia da Universidade de Brasília (UnB), Nathália de Oliveira, compartilha do mesmo sentimento em seu estágio com as crianças no momento da alfabetização. “São diversos fatores que as distraem, o uso de telas, por exemplo, é um deles. Tornar a alfabetização atrativa, prazerosa e despertar esse desejo nelas, nesse contexto se tornou um desafio”.
Contribuindo em casa pela alfabetização
Para melhor colaboração na alfabetização dos filhos em regime home office, a educadora Isabel Cristina sugere que o engajamento por parte dos pais seja constante, pois é sempre necessário. “Motivando os filhos, demonstrando interesse pelo o que é proposto, inteirando-se das rotinas e planejamentos”.
Enquanto que para a graduanda Nathália, os pais podem propiciar momentos lúdicos com a leitura e a escrita, fazendo com que a educação seja divertida. Como também os jogos que tem a finalidade de ajudar as crianças na hora da alfabetização. “Eles podem buscar conhecer os interesses e gostos dos filhos, pois assim saberão como motivá-los” acredita.
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Por Adna Fernandes e Emilly Veras