Cerca de 20 estudantes ocupam, desde segunda-feira (24) a escola pública Gisno, na quadra 907, da Asa Norte. Eles passaram a viver no local em protesto contra a PEC 241 (do teto de gastos) e também em relação às dificuldades estruturais da unidade de ensino. “Está tudo quebrado”, reclama um aluno. Embora a ocupação aconteça de forma pacífica, outros 20 alunos da escola pedem a desocupação do local. Divididos pela grade da portaria, eles tentam negociar um acordo que nem sempre acontece de forma diplomática.
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Segundo o aluno Marcos*, 17, a situação pedia uma manifestação como essa. “A gente não tem banheiro, nem hidrante, nem nada. Só temos janelas e privadas quebradas”, afirma. Além disso, o estudante explica que as tensões na escola são causadas pela falta de informação. “Tem uma galera que não entende a natureza da situação e que está sendo usada como ‘massa de manobra’ por pessoas conservadoras”, declara.
Contrário à ocupação do Gisno, o também estudante Rafael*, conta que a maioria dos alunos é a favor da desocupação e que por isso estão sendo impedidos de entrar na escola. “Eles estão tirando o nosso benefício de estudar”, conta. Apesar de também ser contra a 241, o aluno acredita que há outras maneiras de se posicionar sobre a PEC.
Os estudantes não têm planos para desocupar a escola até que existam melhores condições de ensino e uma mudança na postura do governo. Ocupante da escola desde a semana passada (24/10), o estudante João* pede por um posicionamento diferente do governo. “A gente só sai daqui quando eles (governo) cumprirem o dever deles: nos dar uma educação de qualidade”.
Por Bruno Santa Rita, Isabella Cavalcante e Nabil Sami