Sem internet, escola rural amplia projeto com livros

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        A professora Alcileia das Graças, da Escola Classe Chapadinha, em Brazlândia, desenvolve um projeto de leitura com os alunos do 4º ano, onde cada estudante leva para casa um livro por semana, e depois apresenta em sala o resumo da história em dois minutos. Depois da leitura, deve-se fazer a ficha literária e entregar para professora. Professora há oito anos, Alcileia, 36, conta como funciona o projeto e os objetivos a atingir com esse propósito. “A diferença social entre uma criança que vive na zona urbana e uma que vive no campo é notável, o acesso à internet, por exemplo, não está ao alcance de todas essas crianças, e a saída para responder a suas curiosidades e anseios são os livros, revistas e gibis e eu acho que é muito restrito e eles encontram isso mais na escola. E o professor tem que emprestar os livros e mostrar diferentes tipos de texto”, explica a pedagoga.

Confira dinâmica em sala de aula

O projeto, além de incentivar a importância da leitura, tem como objetivo moldar a responsabilidade da criança, sujeita a bilhetes aquela que não cumprir com o dever. Como a obrigação não é só da professora, os pais são avisados quando o filho não faz o exercício para que o trabalho seja feito com o apoio de ambas as partes.

“Para o incentivo da leitura sempre levo sinopses de filmes, resumos de novelas infantis e faço uma leitura deleite no inicio de todas as aulas o que é como uma reflexão, sem exigir cobrança do aluno depois”, conta Alcileia.

 

Pequenos leitores

Yagor Vinicius, 9, do 4º ano diz que gosta de ler mais ou menos, mas sempre cumpre com os deveres de casa.  “O livro que eu mais gosto é O Rei e o Camundongo” afirma.  Laura Pinheiro, 9, gosta de ler e sempre mantém as leituras em dia. E quando perguntada quantos livros já leu, não se lembra, pois já foram muitos. “Gosto de livros de aventura”, afirma a aluna.

A CEF Irmã Maria Regina Velanes Regis atende do ensino infantil ao ensino médio em Brazlândia. A equipe de professores e coordenadores da escola rural realiza projetos de leitura para o desempenho e interação dos alunos.
“O projeto que a escola tem é o Semeando Valores Na Literatura, não trabalhamos com um tema central ou um único autor, cada professor das séries iniciais desenvolve o projeto de leitura com autores diferenciados, incluindo músicas, recontos, ficha literária, diário de Bordon, caderno de produção textual”, explica o coordenador da escola e dos projetos literários, Jayr Santos.

Devido à dificuldade em escrita e interpretação de texto, o projeto é desenvolvido para ampliar o processo de leitura e produção textual. E para que aconteça um contato entre os estudantes as atividades são realizadas entre séries diferentes. “Os alunos do Ensino médio, realizam uma atividade extra com os alunos das séries iniciais, é um trabalho motivador, incluirá brincadeiras infantis. O objetivo é despertar o interesse nos alunos e motivação”, diz o coordenador.

Projeto

Professora de Língua Portuguesa, Cláudia Ferreira Bananeira, elabora projetos literários para os alunos do 7º ano. “Eles leem o texto em casa, e apresentam para alunos de outras turmas e isso é o que mais motiva, apesar da vergonha”. O objetivo é melhorar a escrita e o discurso em público. “A leitura estava muito fraca quando comecei a dar aula para eles, mas o avanço está sendo muito bom”. Cláudia conta que para iniciar o projeto e cativar os alunos a se interessarem a participar fabricou roupas coloridas para usarem na apresentação. “Precisamos fazer com que eles se sintam importantes e trabalhar com o encantamento” conta a pedagoga.

Alunas do 7º ano relatam que experiências com a leitura têm melhorado devido ao projeto. Adrienne Costa, 12, sempre leu em casa. Ela apresentou uma história em várias turmas e a professora orgulha-se com o avanço em sua interpretação. “É muito bom, por que se você não souber alguma coisa ou tiver vergonha à professora estará lá para ajudar e vai nos levar para apresentar nas turmas”, conta a aluna.

A escola não possui biblioteca, apenas uma sala de leitura. O que impossibilita o trabalho em conjunto dos alunos devido o espaço ser muito pequeno.

Por MIlena Oliveira

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