Uma profissional que trabalha em secretaria de uma escola em Taguatinga, que preferiu não ser identificada, diz que passou a sentir medo das consequências da atividade tão próxima dos alunos. ‘’Muitos deles chegam chorando e precisam ser recebidos nos braços, e isso me preocupa bastante, pois os casos têm aumentado muito até mesmo com crianças, e elas podem nos transmitir”.
Contudo, em relação a higienização da escola, o ambiente esteve de acordo com os protocolos de prevenção obrigatórios pelo decreto. Há a disponibilização de álcool em gel em toda a dependência do colégio e também produtos de limpeza para os calçados.No geral, é feita a aferição de temperatura ao entrar, além do uso obrigatório de máscaras.

“Os riscos são muitos ao voltar a instituição presencialmente”, diz a secretária. Afinal, o corpo escolar não sabe da rotina dos pais, funcionários e outras pessoas que convivem no local. A preocupação ainda é maior porque lá já tiveram vários casos de infecção do coronavírus. Há casos em que as escolas fecham as turmas quando alguém testa positivo para a covid-19, porém nessa escola particular em Taguatinga, isso não acontece.
‘’É uma situação as autoridades não presenciam, então não sabem, os pais não sabem o que se passa dentro das escolas, na minha opinião deveriam estar fechadas e não funcionando como estão’’, afirma a secretária.
Circunstâncias
Os pais só enxergam aquilo que eles veem na entrada, como aferição da temperatura e produtos de limpeza nos pés, entretanto, na hora que os filhos entram, eles já não têm mais esse controle. Ela ainda diz que os donos têm medo de informar a verdade para os pais ou responsáveis, porque acredita que podem perder os alunos.
Em relação à vacinação dos funcionários desta escola, todos estão esperando o quanto antes, para que assim, possam fazer com que diminua os casos de contaminação entre os alunos e todos os trabalhadores.
“Agente de gestão educacional e agente de gestão conservação e limpeza totalizam 13 mil na ativa, tem uma média de 8 mil nestas duas funções. Fora os terceirizados que deve ser mais de 3 mil contratos atualmente”, diz Denivaldo Alves do Nascimento, do sindicato dos trabalhadores do setor.
“Há o risco sim porque a maioria dos funcionários tem mais de cinquenta anos. E das 49 tipos de doenças ocupacionais, dentre elas está o do grupo de risco”.
“A vacina é o meio mais seguro do retorno as aulas, pois os protocolos de seguranças não são suficientes. São um milhão de pessoas voltando para escola, entre trabalhadores de educação, trabalhadores terceirizados e alunos”, comentou Nascimento.
Por Erica Miranda e Paloma Cristina
Colaborou: Paloma Castro
Arte: João Victor Brilhante – Bureau de Criação
Supervisão Luiz Claudio Ferreira