Um aluno, uma professora: experiência infinita

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Em todas as paredes da sala está o nome dele, Caio Samuel. O único aluno da sala 5. Todo dia eles se reencontram, Caio e a professora Renata Maria Ferreira. Um reencontro com o próprio sentido de vida. A cada simples tarefa uma lição, que não é de disciplina nenhuma. O desafio diário de aprender, de compartilhar, de construir juntos um futuro. O encontro acontece todas as tardes na Escola Classe 21 da Ceilândia, na sala de um aluno só. A rotina do menino de 10 anos é diferente daquela que outros garotos da mesma faixa etária têm. Caio é um aluno com deficiências múltiplas e, para facilitar seu aprendizado conta com a dedicação da professora Renata e uma sala só deles dois.

Caio nasceu em perfeitas condições de saúde, e com 4 dias de vida ele foi diagnosticado com um tipo raro e mais forte de icterícia neonatal, chamada kernicteruse após uma febre seguida de convulsão, ele ficou com danos cerebrais e motores irreversíveis. Hoje, ele tem paralisia nas pernas e braços, paralisia cerebral, surdez, transtornos globais do desenvolvimento e uma grande dificuldade para falar.

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Os pais de Caio, Dimas e Ivani Amorim, já se mobilizaram para levar o filho para China e realizar um tratamento experimental com células tronco retiradas do cordão umbilical, mas a mãe dele não acha que a tentativa surtiu efeito. “Decidimos tentar, mas como não obtivemos os resultados esperados acabamos desistindo de tentar novamente”.

Em 2013, o garoto estudava em uma turma de integração inversa. Uma classe com quantidade reduzida de alunos, sendo um deles especial. Agora ele está em uma sala na qual ele é o único aluno e passa cinco horas todos os dias com a professora Renata. “É a primeira vez que trabalho com uma turma de deficiências múltiplas. Já dei aulas para outros alunos especiais em turmas reduzidas ou normais”, conta a professora.

Rotina é palavra chave no dia-a-dia dos dois, eles realizam as mesmas atividades todos os dias, incluindo algumas atividades diferenciadas, voltadas para a socialização dele. Uma vez por dia a professora leva Caio para participar de atividades em uma das turmas de educação infantil. A professora diz que a rotina é muito importante para ele, assim Caio vai treinando para poder se comunicar. “Ele já está há três anos na escola e não se comunica, nem na escola e nem com os pais”.

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Uma das principais características da síndrome de Caio é que ele mantinha a visão fixa para cima e agora, ele já consegue direcionar o olhar. Especificidades como essa tornam esse tipo de trabalho mais exaustivo para a professora, não existem momentos de descanso. Renata não pode se afastar dele e deve estar sempre ao nível do olhar. Quando ele dorme, inclusive, é preciso redobrar a atenção. Caio tem algumas particularidades dentárias e o tecido do céu de sua boca é muito fino, e ao dormir ele pode engasgar com a própria língua, então a professora precisa observá-lo. Caso ele engasgue a mentora precisa levantar a cabeça dele, pois sem supervisão esse quadro pode levar a morte súbita.

Os pais de Caio, Dimas e Ivani Amorim, já se mobilizaram para levar o filho para China e realizar um tratamento experimental com células tronco retiradas do cordão umbilical, mas a mãe dele não acha que a tentativa surtiu efeito. “Decidimos tentar, mas como não obtivemos os resultados esperados acabamos desistindo de tentar novamente”.

Em 2013, o garoto estudava em uma turma de integração inversa. Uma classe com quantidade reduzida de alunos, sendo um deles especial. Agora ele estáem uma sala na qual ele éo único aluno e passa cinco horas todos os dias com a professora Renata. “É a primeira vez que trabalho com uma turma de deficiências múltiplas. Já dei aulas para outros alunos especiais em turmas reduzidas ou normais”, conta a professora.

Por Marina Adorno

 

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