Giane Pessoa é considerada uma das melhores árbitras de Flag Football (modalidade de futebol americano com menos contato entre atletas) de acordo com a Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA). A árbitra, de 27 anos, nasceu em São Paulo e recentemente foi escalada para fazer parte da equipe de arbitragem do torneio mundial de Flag 5×5. O mundial aconteceu em setembro, em Miami.
A juíza brasileira conta que começou no futebol americano de uma maneira engraçada. “Fui ao médico e ele falou que para eu não ficar com problemas na coluna, pois já estava ficando, eu teria que praticar algum esporte. Aí uma amiga, uma colega da faculdade, tinha acabado de fundar um time e me convidou”, conta Giane.
Ela começou a se apaixonar pelo esporte e, incentivada pelo treinador do time na época, passou a comparecer a clínicas de arbitragem. Foi então que tudo começou. Depois de apenas um ano no Flag Football, a árbitra já tinha apitado vários jogos, como a Super Final de Flag 5×5 em Goiânia e a final de Flag 8×8 em São Paulo.
“Daí pra frente eu comecei a me envolver um pouco mais com o curso, então eu assistia aos vídeos de todos os regionais, acompanhava bem o que acontecia dentro do Flag e fui ajudando mais ativamente a desenvolver os cursos para formar árbitros de Flag 5×5 no Brasil inteiro”.
Em setembro de 2015, Giane recebeu um convite para levar um árbitro brasileiro para o mundial. Mesmo tendo selecionado seis árbitros, ela também acabou sendo escolhida.
“Já no primeiro dia tive um retorno bem positivo sobre a minha arbitragem no mundial e durante os quatro dias acredito que tenha me desenvolvido bem. O ‘chefão’ da delegação me disse que eu era uma dos 10 melhores árbitros do mundo”, diz orgulhosa.
Quanto ao crescimento do futebol americano aqui no Brasil, a árbitra se mostrou bem realista. Ela explica que apesar do crescimento do esporte em solo brasileiro, ainda existem muitos pontos a serem melhorados. Para ela, um dos fatores que prejudicam os times brasileiros é o fato de que em vários países os jogadores têm contato com o futebol americano desde crianças, por isso estão bem mais familiarizados com o jogo. Ela mostra, porém, que as mulheres possuem um desenvolvimento bem maior do que os homens neste esporte.
“Pelo Flag as meninas jogam de igual pra igual contra o atual campeão mundial, o Panamá. As jogadoras do Flag, tanto em tática quanto em técnica, são jogadoras muito atléticas e muito rápidas”, afirmou. Para ela, o Brasil ainda tem que aprender muito, mas está fazendo bem a lição de casa. “Acho que as mulheres do Flag Football, estão muito mais avançadas do que os homens”.
Por Laura Name