
Em meio às enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul, os torcedores dos clubes gaúchos em Brasília fazem o possível para ajudar seus conterrâneos à distância.
Giscard Stephanou, cônsul do Grêmio no DF, e Camilla Beccon, consulesa do Internacional na capital, juntaram suas organizações para arrecadar doações às vítimas da tragédia.
Saiba aqui como doar
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“Não é hora de futebol, tem que paralisar os campeonatos em respeito a situação no RS. Os próprios jogadores e funcionários dos clubes estão passando por dificuldades, além de que conhecem pessoas que perderam tudo e estão se colocando à disposição para ajudar. Não há clima para futebol. A gente agradece a oferta de Flamengo, São Paulo e Palmeiras para cederem seus CTs e estádios, mas pelo próximo mês não existem condições de se entrar em campo”, disse o cônsul gremista.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tomou a decisão, nesta quarta (15), de adiar duas rodadas do Campeonato Brasileiro.
Mais que futebol
“As pessoas acham que o futebol é só o que acontece dentro dos 90 minutos de cada partida, mas existe uma gama de funcionários nas equipes e muitos estão desabrigados ou até procurando familiares desaparecidos. infelizmente muitos perderam a vida e o número total ainda nem pode ser computado, então pensar em jogos de futebol hoje é incabível.”, diz a colorada sobre o momento na região.

Acompanhando de longe
Nascido em Porto Alegre, mas residente de Brasília desde 2006, Giscard ainda tem grande parte de sua família na capital gaúcha e relata as dificuldades sofridas pelos parentes.
“Tenho falado diariamente com eles e me passam fotos e vídeos de como está lá. Meu pai mora em uma casa e a água lá já passa de 1 m, então ele teve que deixar o local”.
Os irmãos do gremista permanecem na cidade, onde dependem de caiaques para se locomover e ajudar as pessoas que se encontram ilhadas.
Com famílias nas cidades de Jaguari e Santiago, onde nasceu, além da capital do estado, Camilla também relata as dificuldades de ver de longe o efeito que a água trouxe para as pessoas de quem é próxima.
Por ter parentes no interior, a colorada consegue ver a dificuldade que a população do local enfrenta pela falta de apoio quando comparado com os centros urbanos.
“As doações estão começando a chegar, principalmente na região metropolitana porto-alegrense, e já estão ajudando muito. Para o interior, porém, ainda está bem complicada a logística pela falta de estradas disponíveis, então é importante continuar doando para poder espalhar por todo o estado. Daqui a pouco está começando o frio, que é muito rigoroso no sul, então as pessoas lá que não tem mais nada precisam de ajuda para poder se manter no inverno”, disse a presidente do consulado alvirrubro no DF.
A dupla diz que seguirá organizando campanhas de doação até que o estado esteja recuperado do prejuízo.
Com o inverno gaúcho chegando, a ação no momento tem foco nos agasalhos e cobertores, com a meta inicial de 5000 mantas alcançada em apenas 3 dias.
Com a medida em que a água baixar e o RS possa começar seu processo de reconstrução das cidades afetadas, os Consulados de Grêmio e Internacional em Brasília passarão a pedir entregas de produtos de limpeza, de acordo com seus diretores.
Por Henrique Sucena e Pedro Santana
Foto: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira