A Colômbia fez história na Austrália nesta terça-feira ao vencer a Jamaica por 1 a 0 e chegar pela primeira vez entre as 8 melhores colocadas da Copa do Mundo Feminina. Para isso, Las Cafeteras contaram com ajuda “brasiliense” vinda de Lorena Bedoya e Lady Andrade, jogadoras do Real Brasília. A equipe enfrenta a Inglaterra no sábado em busca na semi.
Treinadora das colombianas nas Leoas do Planalto, Camilla Orlando diz que a experiência em um campeonato como o brasileiro agregou um valor especial ao desenvolvimentos das atletas, permitindo que jogassem contra grandes equipes e jogadoras da seleção brasileira.
“Acho que ter essa vivência foi muito bom e no dia-a-dia a gente sempre deu atenção para que elas sempre pudessem ter espaço para se potencializar ao máximo em busca de estarem bem preparadas para a Copa do Mundo”, disse a treinadora.
Classificação Histórica
A seleção colombiana segue fazendo história na Oceânia e agora consolidou o torneio como sua melhor participação em mundiais na história, igualando o time masculino que atingiu as quartas no Brasil em 2014.
A equipe apresenta uma mescla de jogadoras experientes como a capitã Catalina Usme, que detém recordes de gols e jogos com a camisa colombiana, e a jovem Linda Caicedo, de apenas 18 anos, que se apresenta como a grande promessa da história do futebol feminino no país, tendo se transferido recentemente do Deportivo Cali, de seu país natal, para o Real Madrid. Usme e Caicedo fizeram dois gols cada até o momento na Austrália, sendo responsáveis por 4 dos 5 gols da equipe no torneio, com a capitã fazendo o gol da classificação histórica nas oitavas sobre a Jamaica.
A vitória sobre as jamaicanas não foi fácil, as algozes da seleção brasileira tiveram mais uma boa atuação e levaram perigo às sul-americanas. Foi apenas na volta do intervalo, com 5 minutos de segundo tempo, que Ana Maria Guzmán achou Usme dentro da área caribenha e a atacante acabou com a invencibilidade de Rebecca Spencer no gol da Jamaica, único país que ainda não havia sofrido gols nesta Copa do Mundo.
Brasil representado
Única representante do continente ainda viva na competição, a Colômbia traz um toque brasileiro para sua histórica campanha, com 5 atletas do Brasileirão Feminino representando o país na Oceânia. Duas das 5 são atletas do Real Brasília, que se torna a primeira equipe do Distrito Federal a ter representantes em um mundial profissional de futebol.
Lorena Bedoya e Lady Andrade tiveram ótimas temporadas apesar do desempenho abaixo do esperado do Real no Brasileirão. Bedoya é jogadora importante na seleção e dona da posição, tendo sido titular em todos os 4 jogos até o momento em sua primeira Copa do Mundo. Lady Andrade, que já disputou 2 vezes o torneio e inclusive marcou dois gols na edição de 2015 contra França e Inglaterra, foi titular ao lado de sua colega de time na partida contra a Alemanha, mas viu os outros 3 jogos do banco.
Além das “brasilienses”, três outras atletas representaram a liga brasileira na última edição do torneio. A goleira Catalina Pérez, que trocou recentemente o Avaí/Kindermann pelo Werder Bremen-ALE, e a zagueira Jorelyn Carabalí, do Atlético Mineiro, foram titulares em todas as partidas, sendo peças-chave em uma defesa que sofreu apenas dois gols até aqui. A zagueira Monica Ramos, do Grêmio, teve curta aparição entrando nos acréscimos da vitória sobre a Alemanha, mas não saiu do banco nos outros jogos.
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Pedreira à vista
Nas quartas, entretanto, a Colômbia não terá vida fácil novamente. A adversária das sul-americanas será a Inglaterra, atual campeã europeia e favorita a vencer a final em Sydney no dia 20 deste mês.
A missão para Las Cafeteras neste sábado (12.ago.2023) não será fácil, mas as inglesas não poderão contar com a presença de Lauren James, destaque da equipe no torneio com 3 gols e 3 assistências, que foi expulsa no jogo contra a Nigéria pelas oitavas e corre risco de perder o resto da Copa com efeito suspensivo.
Caso consiga superar as inglesas, a missão nas semis seria igualmente difícil, com o vencedor entre França e Austrália esperando do outro lado da chave.
Apesar das pedreiras pelo caminho, a vitória contra a poderosa Alemanha na fase de grupos e a classificação inédita às quartas motiva as colombianas a seguir fazendo história em solo australiano.
Antes do confronto das quartas de final, Camilla Orlando desejou sorte às suas atletas e ressaltou que o elenco do clube vem acompanhando os jogos das duas e torcendo pelo sucesso.
Quando perguntada sobre o que diria para as duas antes do jogo, Camilla declarou não ter muito o que dizer, destacando que a Colômbia não está entre as oito melhores do torneio à toa.
“Elas sabem que eu estou aqui vibrando por elas, torcendo e acompanhando os jogos. Não só eu, mas toda a equipe do Real Brasília”, disse a treinadora.
Por Henrique Sucena
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira