E-sports: entenda como a popularidade se tornou uma revolução no mundo do entretenimento

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Desde os anos 1970, campeonatos de jogos eletrônicos, atualmente conhecidos como E-sports, atraem jovens de todas idades com sua fácil acessibilidade. O cenário competitivo dos jogos eletrônicos transcendeu as fronteiras dos consoles e dos PCs, alcançando um status de fenômeno global, redefinindo a cultura “gamer”.

Ocorrida em 19 de outubro de 1972, o primeiro campeonato de eSports reuniu estudantes da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, com o jogo “Spacewar!”. Na época, a premiação recebida pelo vencedor foi uma assinatura anual da revista “Rolling Stone”.

Profissionalização dos jogadores e carreira “gamer”

Viver de jogos, para muitos, é uma realidade distante. Porém, com atrativos econômicos como premiações em dinheiro e até mesmo a obtenção da fama, para muitos, já é o suficiente para o ingresso na área dos campeonatos de jogos eletrônicos.

No cenário competitivo, as premiações podem ir de R$ 500, em campeonatos amadores e regionais, até os US$ 40 milhões, em campeonatos mundiais e profissionais em eventos dos mais bem sucedidos da área dos eSports.

Rotina

Quanto a rotina dos jogadores, muitos afirmam possuir um hábito de treino com o time e individual, buscando obter o melhor desempenho. Entretanto, Gabriel dos Santos, profissional renomado de “Free Fire”, afirma não possuir tal rotina.

“Eu comecei a jogar Free Fire casualmente por recomendação de amigos. Mas aí depois de um ou dois anos jogando casualmente eu entrei para o competitivo. Aí depois que eu comecei a jogar competitivo eu nunca mais parei […] A gente não joga profissionalmente junto, mas é todo mundo amigo e sempre que têm presencial assim a gente se junta e joga junto. […] A gente só se junta para jogar e sempre vem aqui e ganha. Sem treinamento antes, nem joga e nem treino juntos.”

Gabriel também afirmou não ter tido apoio dos pais durante seu início no mundo dos jogos: “Hoje em dia minha mãe apoia. No começo não, porque ela não entende. Mas hoje, como eu já vivo disso, aí já aceita melhor.”. 

Arquivo/Agência CEUB

Polarização da cultura “gamer” no Brasil

Jogador do jogo “Free Fire” pelo time “XLD”, ao ser questionado sobre popularização dos eSports, afirmou que, como profissional, não compete apenas em Brasília.

“Também já joguei LB em São Paulo. Então acho que popularizando aqui em Brasília também se torna um polo, porque o esporte eletrônico no Brasil é muito popularizado e globalizado só em São Paulo, no Polo de São Paulo. Então quando a gente tem essa iniciativa dos eventos em Brasília (E-Candangão), ajuda a popularizar melhor e disseminar melhor o esporte.”

Leia mais sobre o E-Candangão

No Brasil, mais de 75% dos campeonatos que ocorrem no país são sediados pelo estado de São Paulo. A infraestrutura do local somados a sua ampla população atraem investimentos do mercado consumidor.

Impacto cultural e social

“Levar o acesso a jogos eletrônicos para essa galera, vai além de lazer, cria oportunidades de desenvolvimento social, de integração. É um segmento que muitos jovens vêm se interessando para levar como profissão mesmo, é um mercado que cresce cada dia mais. Tenho certeza que a premiação, de mil reais para o primeiro colocado e de quinhentos para o segundo, ajuda muito uma família, ou até mesmo o jovem que queira investir em algum eletrônico para seguir no ramo.”, disse Wallas Nunes, organizador do evento E-Candangão, campeonato realizado sábado (23), em Brasília, com a presença de vários competidores de todas as regiões do Brasil.

O e-Sports têm influenciado a forma como as pessoas consomem formas de entretenimento, especialmente entre as mais atuais gerações, criando, além de diversão, formas de expressão cultural e novas maneiras de construção de amizades.

Crescimento exponencial da audiência

Em termos de espectadores, o principal fator que resulta no amplo crescimento dos fãs é a fácil acessibilidade para acompanhar seus jogos, times e jogadores favoritos através das plataformas de streaming. Atualmente, YouTube e Twitch predominam no topo da lista quanto a números de telespectadores durante campeonatos de eSports.

Quanto a números, no ano de 2020, foram estimados cerca de 495 milhões de espectadores. Em 2021, registrou-se 520 milhões, seguindo 2022 com 550 milhões e, por fim, 2023, com 580 milhões de espectadores. Para o ano de 2024, considerando o rápido crescimento dos eSports, as estimativas variam entre 600 e 620 milhões de espectadores durante o ano.

Arquivo/Agência CEUB

Economia em expansão

Os eSports, em termos econômicos, têm contribuído significativamente na economia desde o aumento do investimento em infraestrutura e tecnologia até o crescimento do mercado de publicidade, patrocínios, ingressos para eventos, direitos de transmissão, tecnologia e turismo.

Confira a receita global dos eSports nos últimos anos:

Receita de 2020: US$ 1.1 bilhão

Receita de 2021: US$ 1.08 bilhão

Receita de 2022: US$ 1.3 bilhão

Receita de 2023: US$ 1.5 bilhão

No ano de 2024, estima-se que a receita global alcançará números na faixa dos US$ 1.8 bilhão. Já em 2025, é esperada uma receita que ultrapasse o valor de US$ 2 bilhões.

Por Mateus Péres
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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