“Falta nos estádios uma educação cidadã”, avalia especialista

COMPARTILHE ESSA MATÉRIA

Os casos de violência nos estádios, tanto física como os crimes de ódio, abrem um debate permanente na sociedade e nas redes sociais sobre a função social do esporte.

De acordo com o que avalia o pesquisador Flávio de Campos, especialista em história sociocultural do futebol, as demonstrações nas arquibancadas evidenciam problemas que são centrais na sociedade.

“Entendo que faltam dentro do estádio, pensando em termos gerais, uma educação esportiva e uma educação cidadã”.

O pesquisador menciona também a importância de um preparo policial para evitar conflitos. “É a partir de uma polícia melhor preparada e que respeite a existência dos torcedores que nós podemos ter um manejo mais eficiente em relação a eventuais torcedores que estejam ali no ambiente de jogos apenas para tumulto ou provocar brigas”.

Ele entende que são necessárias políticas públicas democráticas, eficientes e com equipamentos e setor de inteligência para prevenir crimes”.

Foto por: Pedro José Santana

Violência

No dia 5 de março, em um clássico entre Flamengo e Vasco da Gama, pelo Campeonato Carioca, houve um confronto entre as organizadas dos dois times, a FJV (Força Jovem do Vasco), a Raça rubro-negra (organizada do Flamengo) e TJF (Torcida Jovem do Flamengo) estiveram envolvidas. Um homem morreu com um tiro nas costas e outros sete foram hospitalizados.

Uma punição comum para confusões desse gênero tem sido o afastamento dos estádios e portões fechados.  O torcedor André de Brito, diretor da Força Jovem do Vasco, entende que o banimento não é uma solução.

“Na minha opinião o banimento da torcida não resolve. Se uma torcida é extinta, vai ser criada outra e, assim, o problema pode continuar.”

 “Nossa torcida ficou 9 anos punida sem poder entrar com materiais, faixa, bandeiras e bateria nos estádios”.

Punição

Com conflitos entre torcedores, a principal punição tem sido o banimento dos estádios.  De acordo com Vitor Furtado torcedor do Vasco, essa alternativa é algo que não impede as brigas e sim dificulta o controle do policiamento. “Esses torcedores não estarão uniformizados com as camisas de organizada que os difere dos demais torcedores”. 

O torcedor Diego Maximino, presidente do núcleo de Brasília da TYF (Torcida Young Flu), afirma que existe a cultura de pegar materiais de outras torcidas.

A respeito do banimento das torcidas, como ocorreu no Rio de Janeiro, Diego também discorda. “Acho que não (seria a solução), pois surgiram movimentos de brigas como (SobraNada) no Fluminense e (Bate e anda) no Flamengo”.

Foto por: Pedro José Santana

Perigos

O pesquisador Flávio de Campos afirma que, com as brigas nos estádios, muitas famílias deixam de ir apreciar os espetáculos. Ele avaliar que a violência assumiu característica de acontecimento banal, débil e vazio.

Acompanhe julgamentos no STJD

Leia mais sobre torcidas organizadas e estádios

Por André Araújo e Lucas Maia

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.

Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.

SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.

A Agência de Notícias é um projeto de extensão do curso de Jornalismo com atuação diária de estudantes no desenvolvimento de textos, fotografias, áudio e vídeos com a supervisão de professores dos cursos de comunicação

plugins premium WordPress