Os casos de violência nos estádios, tanto física como os crimes de ódio, abrem um debate permanente na sociedade e nas redes sociais sobre a função social do esporte.
De acordo com o que avalia o pesquisador Flávio de Campos, especialista em história sociocultural do futebol, as demonstrações nas arquibancadas evidenciam problemas que são centrais na sociedade.
“Entendo que faltam dentro do estádio, pensando em termos gerais, uma educação esportiva e uma educação cidadã”.
O pesquisador menciona também a importância de um preparo policial para evitar conflitos. “É a partir de uma polícia melhor preparada e que respeite a existência dos torcedores que nós podemos ter um manejo mais eficiente em relação a eventuais torcedores que estejam ali no ambiente de jogos apenas para tumulto ou provocar brigas”.
Ele entende que são necessárias políticas públicas democráticas, eficientes e com equipamentos e setor de inteligência para prevenir crimes”.
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Violência
No dia 5 de março, em um clássico entre Flamengo e Vasco da Gama, pelo Campeonato Carioca, houve um confronto entre as organizadas dos dois times, a FJV (Força Jovem do Vasco), a Raça rubro-negra (organizada do Flamengo) e TJF (Torcida Jovem do Flamengo) estiveram envolvidas. Um homem morreu com um tiro nas costas e outros sete foram hospitalizados.
Uma punição comum para confusões desse gênero tem sido o afastamento dos estádios e portões fechados. O torcedor André de Brito, diretor da Força Jovem do Vasco, entende que o banimento não é uma solução.
“Na minha opinião o banimento da torcida não resolve. Se uma torcida é extinta, vai ser criada outra e, assim, o problema pode continuar.”
“Nossa torcida ficou 9 anos punida sem poder entrar com materiais, faixa, bandeiras e bateria nos estádios”.
Punição
Com conflitos entre torcedores, a principal punição tem sido o banimento dos estádios. De acordo com Vitor Furtado torcedor do Vasco, essa alternativa é algo que não impede as brigas e sim dificulta o controle do policiamento. “Esses torcedores não estarão uniformizados com as camisas de organizada que os difere dos demais torcedores”.
O torcedor Diego Maximino, presidente do núcleo de Brasília da TYF (Torcida Young Flu), afirma que existe a cultura de pegar materiais de outras torcidas.
A respeito do banimento das torcidas, como ocorreu no Rio de Janeiro, Diego também discorda. “Acho que não (seria a solução), pois surgiram movimentos de brigas como (SobraNada) no Fluminense e (Bate e anda) no Flamengo”.
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Perigos
O pesquisador Flávio de Campos afirma que, com as brigas nos estádios, muitas famílias deixam de ir apreciar os espetáculos. Ele avaliar que a violência assumiu característica de acontecimento banal, débil e vazio.
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Por André Araújo e Lucas Maia