Futebol americano: brasiliense ganha visibilidade e vai jogar na Alemanha

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Com a falta de investimento no futebol americano no Brasil, é possível contar nos dedos quantos atletas conseguem viver do esporte. Um deles é o brasiliense Gabriel Piola, que começou na modalidade aos 17 anos de idade. Agora, com 25, foi destaque no time T-Rex de Santa Catarina, e convocado para compor uma equipe Alemã de futebol americano.

O atleta afirmou estar animado para o começo da temporada internacional. “Pensa comigo: eu estava em uma fase em que achei que ir para o exterior não daria mais certo. Muito bom receber essa notícia”, disse em entrevista para esta reportagem. 

Em 2022, Piola ganhou o prêmio de melhor jogador da temporada. Ele conquistou o título por ter feito o touchdown mais rápido da edição. Após receber a premiação, começou a compartilhar seus vídeos das partidas para vários times de fora. O talento do jogador pegou os holofotes para si. Oportunidades foram oferecidas para integrar franquias de diversos países.

“Recebi algumas propostas. Mas a que me chamou a atenção foram de equipes bem renomadas e com boa reputação mundial. Cheguei à Itália faz três dias. As duas franquias que estou conversando são: a melhor da Alemanha e a outra é a melhor da Itália. Da Alemanha, eles querem que eu vá para lá. A outra estou conversando ainda”, expressou.   

Longe de casa

Apaixonado por esportes desde pequeno, o amor pelo futebol americano floresceu na adolescência. Em 2015, entrou para o Brasília Alligators, time que atualmente não existe mais. “Conversando com meus amigos, decidi escolher os Gators porque queria começar de uma forma mais iniciante”, disse Piola. 

Com 18 anos, o DF se tornou pequeno para ele. O wide receiver foi chamado para compor o Recife Mariners, e se mudou da capital para o nordeste. “Me mudei para outro estado para poder jogar em um time melhor e me tornar um atleta melhor”, afirmou. 

No ano seguinte, a surpresa do convite para ir ao Canadá e jogar em nome do Royal Imperial Collegiate mudou o curso de vida de Gabriel. “Em novembro recebi uma oferta para praticar em uma escola preparatória no Canadá, que jogava contra escolas de ensino médio americanas”, comentou. 

No final da campanha, Piola voltou ao Brasil. Imparável e sem baixar a cabeça, criou novas metas para poder continuar no esporte. “Voltei para o Brasil, mas já trabalhando em uma oferta para ir para os Estados Unidos e jogar futebol universitário”, revelou.

Sonho

Esforçado. Gabriel Piola via as milhas não como um desafio, mas, sim, como um propósito. “Em 2018, consegui fechar um contrato para jogar no Kansas. Logo no mês seguinte, mudei-me para Topeka, KS, onde comecei minha carreira universitária”, afirmou.

O jovem explica que o processo de evolução para ser notado por times, não foi fácil. Com ajuda, Gabriel fez faculdade nos Estados Unidos, em 2017, na Washburn University, no plantel Ichabods. “O esporte lá é muito diferente. Eles têm um costume que nós não temos, então são mais experientes e mais organizados também”, expressou.

Em 2019, ele se tornou elegível pela NCAA (National Collegiate Athletic Association) – competição entre várias universidades. “Comecei a praticar com os Washburn Ichabods (NCAA DII)”, disse. Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, decidiu novamente retornar ao seu lar, porém com anseio e a certeza de que o seu destino é no exterior. “Por conta da pandemia, não consegui trabalhar para me bancar e treinar. Imagina, eu estava tendo a vida que eu queria e vi a minha vida mudando, fiquei muito triste”, falou. 

Por Monique Del Rosso e Marina Dantas

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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